Rodolfo Landim, 61, pautou sua campanha pela promessa de assumir responsabilidades por erros na gestão do clube
“Fui presidente de várias empresas na minha vida e você jamais acredite que, se uma coisa dá errado numa companhia, a culpa não é do presidente”, disse Landim à Fox Sports durante a campanha. “O exemplo vem de cima, a cobrança vem de cima”, disse.
Na entrevista, ele criticava a gestão do antecessor e ex-aliado Eduardo Bandeira de Mello pela falta de títulos do clube, apesar dos elevados investimentos. “O que vai mudar [na gestão] sou eu, é a minha cara. Eu vou cobrar”, afirmou, em referência ao desempenho do futebol.
Na única vez em que respondeu perguntas da imprensa após a tragédia, no último domingo (24), porém, Landim a classificou como “fatalidade”. Nos primeiros dias, o time se limitou a comunicações por notas e pronunciamentos.
“Não tenho dúvida de que foi uma fatalidade. Não posso imaginar que alguma coisa poderia ter sido feita e o Flamengo não fez porque não ligou, porque achou que não tinha importância”, disse o dirigente flamenguista, que pediu licença do cargo na última sexta-feira (1º) para uma “viagem particular” -ficará ausente do clube até o dia 16.
O centro de treinamento, que não tinha autorização da prefeitura nem certificado do Corpo de Bombeiros, foi interditado na quarta-feira (27).
O mandato de Landim começou, de fato, no dia 1º de janeiro. Ele participou, porém, do grupo de empresários e executivos que se mobilizou no início da década para tentar profissionalizar a gestão e sanear as contas do clube.
Foi diretor na primeira gestão Bandeira de Mello, entre 2013 e 2015, mas passou para a oposição após divergências com o ex-aliado.
Engenheiro formado na UFRJ -e atleta da seleção de futebol da universidade- Landim fez carreira na Petrobras. Em 2000, foi convocado nas férias para assumir a gestão da crise do vazamento de 1,3 milhão de litros de petróleo na Baía de Guanabara.
O trabalho agradou ao comando da empresa e, em 2003, no início do primeiro mandato de Lula, Landim foi nomeado para presidir a BR Distribuidora, maior subsidiária da estatal. Ele chegou a ser cotado para a presidência da Petrobras, mas perdeu a disputa para Sérgio Gabrielli, indicado do petista Jacques Wagner.
Em 2006, deixou a estatal para se tornar o braço-direito de Eike Batista na criação de empresas de mineração, petróleo e construção naval. Com os bônus milionários que recebeu -o próprio Eike falou em R$ 165 milhões- fundou sua própria petroleira, batizada de Ouro Preto, e uma gestora de investimentos.
Ainda na BR, já confidenciava a pessoas próximas o sonho de participar da gestão do time de coração.
Ele é descrito como um torcedor fanático, do tipo que frequenta estádios e relembra lances históricos em detalhes.
Seu avô, José Ferreira Landim, era um dos grandes beneméritos do clube, título conferido a pessoas que dedicaram sua vida em prol da instituição. Três dos seus tios também têm o título.
Fonte: Noticias ao Minuto