A Polícia Militar fez uma operação no prédio na tarde desta quarta-feira (10)
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, informou que sempre soube da presença do tráfico de drogas em Ourimar desde que o prédio começou a ser habitado, em junho de 2016. No local, os dois mil moradores convivem com as regras criadas pelos criminosos e sofrem represálias se não as seguirem.
“Desde o início acontece isso. Participei de todo o processo. Esse condomínio foi estruturado para receber famílias que estavam em áreas de risco, então elas moravam em locais que traziam perigos para sua integridade física. Foram feitos 70 blocos com 608 apartamentos. Recebemos lá 608 famílias para que elas pudessem viver com mais segurança”, pontuou o coronel.
Na tarde desta quarta-feira (10), equipes da Polícia Militar estiveram no condomínio, com reforço do helicóptero Hárpia. O resultado final da ação não foi informada à imprensa até a publicação desta matéria.
O comandante-geral da PM prometeu
com o uso de cães da corporação dentro do prédio. A promessa ocorreu após uma
, publicada pelo Gazeta Online, na última segunda-feira (8), mostrando que 48 famílias foram expulsas do edifício por conta do domínio do tráfico de drogas.
As pessoas que moram no local são obrigadas a conviverem com a pressão dos bandidos, inclusive, uma das regras impostas pelos criminosos é deixar o acesso livre do apartamento onde residem para qualquer traficante se esconder ou mesmo armazenar drogas, segundo depoimentos de residentes de Ourimar.
FUTURO DE OURIMAR
De acordo com o coronel Nylton Rodrigues, a corporação não vai tolerar que a atuação dos bandidos continue e prometeu intensificar o policiamento dentro da área do condomínio.
“Não vamos admitir que bandidos retirem famílias dos seus lares. A Companhia de Operações com Cães fará patrulhamento diário nesse condomínio. A companhia Independente de Missões Especiais (Cimesp) irá focar as suas ações em Ourimar, para que possamos dar uma resposta às famílias que vivem lá”, afirmou.
Apesar da reportagem mostrar que até mesmo crianças são obrigadas a atuar como funcionárias do tráfico, o comandante-geral da PM garantiu que não existe domínio de bandidos no local. “Não vamos tolerar isso. Traficante não manda em nada, o que a gente tem lá são garotos, adolescentes, que já estão no movimento do tráfico, que picham, que intimidam pessoas de bem”, ressaltou Rodrigues.
O coronel Nylton Rodrigues disse ainda que a PM realizou 9 operações no bairro em 2017. “Prendemos 50 traficantes e homicidas. Só no condomínio Ourimar. Vamos continuar com essas operações para que nós possamos dar uma resposta para as famílias que lá residem, para que o ambiente familiar retome ao condomínio”, pontuou.
O coronel Nylton ainda garantiu que os moradores que foram expulsos do local terão o apoio necessário para retornar ao condomínio. “Nós vamos atuar sempre e se for necessário prender 100 traficantes nós vamos prender. Essas famílias que foram expulsas terão a ajuda necessária para retornar em segurança”, concluiu.
CRIMES NO EDIFÍCIO
Somente em um período de 45 dias, entre maio e junho do ano passado, foram registrados quatro assassinatos, relacionados à atividade de venda de entorpecentes no condomínio. Essa situação culminou com uma megaoperação coordenada pela Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Serra, com apoio da Polícia Militar, que acabou com a prisão de três assassinos.
Porém, outras três novas mortes aconteceram depois dessa megaoperação decorrentes da presença do tráfico em Ourimar. Ao todo, sete pessoas foram assassinadas em apenas seis meses.
Com isso, a DCCV da Serra intensificou as investigações, identificou todos os envolvidos e conseguiu prender 11 bandidos no período de um mês, todos ligados aos assassinatos. As prisões foram realizadas em quatro operações da Polícia Civil. “As atuações foram precisas para cumprimentos de mandado de prisão decorrentes das investigações dos homicídios”, afirmou o delegado Rodrigo Sandi Mori.