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13 ônibus do Transcol foram alvo de ataques nos últimos três dias

No Espírito Santo, os primeiros dias do ano começaram com depredações a ônibus e prejuízos ao sistema Transcol. Nos últimos três dias, 13 coletivos foram alvo de ataques e deste total, quatro foram incendiados, o que aumenta ainda mais o prejuízo.

Os últimos ataques aconteceram na noite da última segunda-feira (9) no bairro Porto Novo, em Cariacica, durante um protesto pela morte do barbeiro Pablo Machado Gonçalves, de 25 anos. Na ocasião, um ônibus foi incendiado e outros nove foram vandalizados.

Para conter a violência, policiais militares usaram gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha.

Nesta terça-feira (10), o policiamento foi reforçado na região. Até o momento, nenhum responsável pelos ataques foi preso.

“A manifestação, como a gente tem falado, é legítima, é normal com barreira e fogo, até aí a polícia vai coordenando e controlando, mas atrás dessa barreira em Porto de Santana, três ônibus ficaram impedidos de passar e em seguida vem um grupo de criminosos, que não são manifestantes, depredam todo o ônibus e ainda colocam fogo em um dos ônibus”, afirmou o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, coronel Alexandre Ramalho.

Outros três coletivos foram incendiados no fim de semana nas avenidas Dante Michelini, Maruípe e Leitão da Silva, em Vitória.

Segundo as investigações, os ataques aconteceram em resposta à morte de Hiago Costa dos Santos, de 22 anos, durante um confronto com militares.

De acordo com a Polícia Civil, Hiago era gerente do tráfico de drogas do bairro da Penha, em Vitória. Dois suspeitos de envolvimento nos ataques foram identificados até o momento.

Ao ser apreendido, um adolescente confessou ter recebido ordens para participar da ação. Para o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, o perfil de quem pratica esse tipo de crime é semelhante.

“São aqueles traficantes que ficam na pista vendendo pedra, menores de idade, que onde a lei brasileira infelizmente acoberta esse tipo de criminoso. É aquele que o traficante paga entre R$ 60 e R$ 80 ou dá pedras de crack para ele cometer esse tipo de ato. São menores inconsequentes que fazem isso pela hierarquia do tráfico”, afirmou o comandante.

Ainda segundo a Polícia Militar, as investigações mostram que os mandantes são chefes do tráfico de drogas.

“A situação na região é uma disputa territorial do tráfico de drogas que eles se enfrentam e se matam. Hoje ainda a Polícia Militar e a Polícia Civil farão várias operações na região. Principalmente para prender o Dadá e o Menor Erick, que são expoentes e rivalizam o tempo todo e provavelmente essas manifestações partem dessas duas lideranças”, apontou Caus.

Os episódios dos últimos dias não são casos isolados. Em 2022, 14 ônibus do sistema Transcol foram incendiados na Grande Vitória.

Ataques geram prejuízo financeiro e logístico para a população

Os crimes deixam a população assustada e além da insegurança, vem também os prejuízos.

O primeiro é o financeiro, pois cada coletivo custa em média R$ 650 mil reais e o valor recai sobre a tarifa. Em seguida vem o impacto na circulação dos ônibus, já que a reposição não é rápida.

A Secretaria de Segurança Pública assume que é difícil prevenir e controlar esse tipo de crime.

“É uma ação muito difícil para a polícia evitar. Nós temos que trabalhar isso, na minha visão, com uma legislação forte porque se nós formos atuar à luz do nosso Código Penal, um jovem de 15 anos vai responder por crime análogo a dano do patrimônio, o que não significa nada, ou seja, continua estimulando para que ele sejam a mão de obra do tráfico”, ressaltou o coronel Alexandre Ramalho.

A PM aposta no trabalho de inteligência das polícias para evitar novos casos de violência a ônibus.

“Quando se investe em tecnologia, se investe em inteligência. Cada vez mais nós nos aproximamos de prevê o ato e nos anteciparmos, inclusive, em efetuar a prisão do indivíduo antes que ele cometa o crime”, explicou Caus.

Fonte: Folha Vitória

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