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Pressão partidária pode fazer Amaro Neto desistir do Senado e disputar a Câmara

 

C:DR
Mesmo com a eleição ao Senado vista como certa, o deputado estadual Amaro Neto (PRB) pode desistir de concorrer a esse cargo para disputar uma vaga na Câmara Federal nas eleições de outubro desse ano. Pressões nesse sentido são muitas e envolvem seu partido e, também, o núcleo político do  governo do Estado.
Duas vertentes poderosas pressionam o parlamentar, campeão de votos na disputa à Assembleia Legislativa e com pouca diferença  em relação ao prefeito Luciano Rezende (PPS) na disputa em Vitória de 2016.
A primeira vem do seu próprio partido, braço político do empresário Edir Macedo, dono da TV Record e da Igreja Universal, e a outra surge no Palácio Anchieta, na esteira das articulações para a reeleição do governador Paulo Hartung.
A abertura de espaço na disputa ao Senado visa aproximar o governador de forças políticas contrárias, principalmente o DEM, ampliando seu raio de ação, já que exerce pleno controle no PRB. O partido é presidido no Estado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, e conta entre seus membros com o secretário-chefe da Casa Civil, Roberto Carneiro, articulador de bastidor de Hartung.
Com a saída de Amaro, abre-se um espaço para acomodar o senador Ricardo Ferraço (PSDB), candidato à reeleição, resultando ainda em boas perspectivas relacionadas ao DEM, controlado no Estado pelo pai do senador, o deputado estadual Theodorico Ferraço. Em várias ocasiões, Ferraço pai já declarou que, embora atuando em oposição a Hartung, valoriza os laços familiares que os une ao filho, em qualquer situação.
Além disso, com a aproximação com o DEM local, mesmo que indireta, o governador retoma os contatos que mantém com o presidente nacional da sigla e presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, do Rio de Janeiro.
Para o senador Ricardo Ferraço, antigo aliado de Hartung, a abertura desses espaços chega em boa hora, no momento em que o PSDB dá sinais de definhamento e distância das articulações locais no Espírito Santo.  Exemplo dessa situação foi o cancelamento da visita ao Estado do presidenciável Geraldo Alckmim (SP).
O partido passa por uma situação de esvaziamento, na mesma tendência do cenário nacional, com a debandada do deputado estadual Sergio Majeski, provável candidato ao Senado pelo PSB, e vários outros membros em Vitória e Serra.

A candidatura de Amaro a federal atende também às estratégias do PRB de ampliar o máximo sua bancada, que faz parte do núcleo evangélico na Câmara Federal, atualmente em torno de 100 parlamentares. com informações

Roberto Junquilho seculi diario
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