Fotos e textos foram amplamente compartilhados nas redes sociais com comentários maldosos contra Clemilda, que tem apenas um objetivo: encontrar Thayná
Desde domingo, a mãe da pequena Thayná — sequestrada em Viana — tem enfrentado mais que a angústia de não ter a filha por perto há 22 dias.
Clemilda Aparecida de Jesus, em meio ao desespero em busca de Thayná, sofre com acusações nas redes sociais, recheada de mensagens maldosas. Para a polícia, esse “tribunal da rede social” apenas atrapalha o objetivo de todos: encontrar a Thayná.
Não estamos investigando a mãe de Thayná. Estou procurando uma criança!
Delegado José Lopes
“Oficialmente, não temos nada disso. Não estamos investigando a mãe de Thayná, estou procurando uma criança. Ela é mãe e tem que ser respeitada. Fiquei surpreso com essas situações em redes sociais. Se é pra ajudar, pode me procurar, mas não espalhar esse tipo de situação”, afirmou José Lopes, delegado-chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Núcleo de Pessoas Desaparecidas (Nupede).
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Na tarde desta terça-feira (7), Clemilda foi à DHPP conversar com os policiais sobre o andamento da investigação. Aparentando cansaço, ela comentou as acusações contra ela divulgadas nas redes sociais e falou que os ataques estão fazendo que “perca as forças”.

Foto: Ricardo Medeiros | GZ
Mas eu não vou ficar calada porque eu não devo nada à Justiça
“Essas coisas que andam falando estão acabando comigo, eu estou perdendo as minhas forças. Se eu errei lá atrás, não significa que agora, depois de eu ter pagado tudo, e num momento tão desesperador, isso possa vir à tona”, lamentou.
Ela disse que também acredita que as acusações contra ela tiram o foco do problema real, que é o sequestro da filha dela por um homem acusado de diversos crimes, inclusive pedofilia.
“Eu sei quem eu fui e quem eu sou agora. Eu sei que hoje eu sou mãe. Eu quero resposta para o desparecimento da minha filha. Essas acusações me desestruturaram, mas não vão calar minha boca. Não vou ficar calada porque eu não devo nada para à Justiça. Se eu devesse, entregaria a minha vida pela minha filha”, concluiu.