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“A gente não via ameaça”, diz familiar de criança que morreu vítima de espancamento na Serra

Ainda consternados e abalados com a perda da pequena Aghata Vitória Santos Godinho, de cinco anos, que foi espancada até a morte na tarde da última segunda-feira (19), familiares não conseguiram retornar para a própria casa. A menina morava com a mãe, o irmão e o padrasto, que é o principal suspeito de ter cometido o crime, numa residência do bairro Cidade Nova, na Serra.

Em conversa com a reportagem da TV Vitória / Record TV, um familiar da menina, que preferiu não se identificar contou que na casa onde a família morava agora não tem ninguém. A mãe da criança, de 23 anos, não consegue voltar para o local onde tudo aconteceu. Ela está amparada na casa de irmãos.

Segundo o relato do familiar, Elisnay Borges Eloy, o padrasto da criança, era amado pela garotinha, que carinhosamente o chamava de ‘Nanay’, e ninguém nunca suspeitou de que ele representasse perigo. No dia do crime, a menina teria ido até o bar da avó para comprar salgadinhos e estava feliz, pois quem deu o dinheiro havia sido o padrasto.

O familiar disse ainda que a mãe de Aghata e o companheiro começaram a namorar e logo resolveram morar juntos. E que o homem nunca apresentou um comportamento agressivo, pelo contrário. O familiar conta que Aghata amava o padrasto e ele sempre a levava para um de seus passeios preferidos: ir a praia.

“A gente nunca pensava que ele ia fazer isso aí, ele levava ela pra praia, eles mostravam ser um casal muito feliz. A gente não via ameaça nenhuma. Se a gente visse, nossa senhora, a gente faria alguma coisa, ninguém iria aceitar isso aí não. Todo mundo falava que ele era gente boa. Todo mundo falava, ‘agora ela achou alguém gente boa’”, relatou.

Ainda segundo o relato, o susto foi tão grande que o pai do suspeito, quando soube o que o filho havia feito, passou mal e morreu.

“A família dele não tem culpa né, nem um pai não sabe que cria um monstro dentro de casa. Se o pai soubesse que o filho era um monstro… tanto que ele até morreu, coitado”, disse.

Elisnay Borges Eloy tem 35 anos e foi preso em flagrante na última terça-feira (20). Ele foi levado para o Centro de Triagem de Viana e lá teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça, após uma audiência de custódia.

A reportagem da TV Vitória / Record TV tentou contato com o pai biológico da menina, mas não obteve retorno. Segundo a família, muito abalado, o homem passou mal e não conseguiu acompanhar o enterro da filha.

Fonte: Notícias 24 Horas ES

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