O advogado do policial civil afastado Hilário Antônio Fiorot Frasson, Homero Mafra, pediu na Justiça, na última segunda-feira (15), a suspeição do juiz que analisa o caso, o magistrado Marcos Pereira Sanches, da 1ª Vara Criminal de Vitória. Isso significa o afastamento do juiz do caso.

Segundo os documentos obtidos pela reportagem, Hilário, por meio de seu defensor, pede a exceção de suspeição do magistrado por conta de uma suspeita de parcialidade, que decorre da celeridade impressa ao julgamento que está em curso na vara.
Mafra, na petição, afirma não reclamar de “nenhuma celeridade processual”. No entanto, no documento é apontado que quando se tem uma “celeridade seletiva”, há razões para se questionar a parcialidade do julgador.
“A defesa do Hilário entende que o juiz foi parcial, não fez anotação em ata como deveria ter sido, deu um andamento rápido ao processo, como não dá em nenhum outro. Não é que a gente queira que o processo ande devagar. Mas não pode dar um andamento mais acelerado do que o outro. Isso demonstra parcialidade”, ponderou Mafra, ao ser procurado pela reportagem.
Por conta disso, a defesa de Hilário, na petição de exceção, frisa que ter razões para ter dúvidas quanto à parcialidade do julgamento e o advogado espera que seja acolhida a suspeição.
Procurado, o Tribunal de Justiça informou que não se posiciona sobre processos em tramitação.
Associação
O presidente da Associação dos Magistrados do Espírito Santo, juiz Ezequiel Turíbio, disse estranhar o posicionamento da defesa de Hilário.
“Não procede a alegação. A duração razoável do processo é um direito do cidadão. Esse processo tem muitos réus presos, tem prioridade e teve muita repercussão. Me estranha o advogado questionar que o processo está andando de forma rápida”.
Turíbio ainda ressaltou que “quem conhece o trabalho do juiz Marcos Pereira Sanches sabe que ele é um juiz célere”.