A vó orgulhosa dos seus quatro netos e filha dedicada, Rosângela Vieira se tornou uma das mais de 13 mil vítimas brasileiras da Covid-19. Há exatamente um mês, ela morreu no Hospital Zilda Arns, em Volta Redonda, aos 65 anos. Extrovertida, vaidosa e sempre disposta a ajudar, a carioca de Bento Ribeiro teve uma vida difícil. Mesmo aposentada, não deixou de trabalhar “em momento algum”, relembra o seu sobrinho, Sandro Moura.
“Ela teve uma vida muita parecida com a de milhares de brasileiros, de muito trabalho, mas sem nunca perder a alegria. Era uma pessoa engraçada e, mesmo sendo simples, sempre buscava ajudar quem precisava”, diz Sandro.
Conhecida como Tia Danda, ela morava numa casa dentro de um terreno onde ainda vive toda a sua família, em outras oito residências. Nunca se casou e teve um filho, atualmente desaparecido. Passou os últimos anos lutando para encontrá-lo, como relembra o sobrinho:
“Minha tia nunca deixou de buscar o filho, que hoje teria 45 anos. Peregrinou por bairros, IML, tudo. O sumiço dele a abateu muito, mas mesmo assim, nunca deixou de viver. A presença dela vai fazer muita falta, pois sempre foi uma mão amiga, disposta a nos ajudar, a contribuir”.
Primeiros sintomas
Irmã de Rosângela, Regina Vieira, que ficou 22 dias internada com a Covid-19, é uma das que dividia o terreno familiar com a vítima. Emocionada, ela conta que sentirá saudades da voz da carioca, sempre cantarolando músicas pela casa. E de sua dedicação à mãe, a quem ia visitar quase que diariamente:
“Tinha certeza que quando saísse do hospital iria encontrá-la, com um sorriso no rosto, me esperando. Que teria rezado e desejado minha melhora. Mas sei que ela está em paz com a vida que teve e com o que fez”.
Rosângela começou a se sentir cansada no dia 8 de abril, uma semana antes de morrer. Ela tinha dificuldades até de levantar da cama. Foi atendida numa UPA da sua região e mais tarde transferida para o Zilda Arns, onde foi entubada.
Fonte: Extra