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Americana ganha na Justiça direito de ser considerada casada com companheira que morreu em maio

Bonnie Foerster, 74, conseguiu o direito de se casar com sua parceira de 50 anos, Beverly Grossaint, embora ela tenha morrido aos 82 anos em maio de 2018 (Foto: Francisco Kjolseth Tribune/The Salt Lake Tribune via AP)

‘Sou uma noiva velha, mas sou uma noiva feliz’, comemorou Foerster perante o juiz

Bonnie Foerster, 74, conseguiu o direito de se casar com sua parceira de 50 anos, Beverly Grossaint, embora ela tenha morrido aos 82 anos em maio de 2018 (Foto: Francisco Kjolseth/The Salt Lake Tribune via AP) Data

Bonnie Foerster e Beverly Grossaint se conheceram em 1968, se apaixonaram imediatamente e viveram juntas por 50 anos. Na última terça-feira (21), finalmente, um juiz reconheceu o casamento das duas.

O fato de Grossaint, de 82 anos, ter morrido em maio deste ano não diminuiu a alegria de Foerster, de 74, pela conquista. “Sou uma noiva velha, mas sou uma noiva feliz”, disse ela ao jornal “The Salt Lake Tribune”, que contou a história do casal. “Estou zonza de felicidade. Estou casada…sou uma mulher casada. Esperei 50 anos”, acrescentou, enxugando as lágrimas.

O reconhecimento de um casamento no qual uma das partes já faleceu é raro, mas não inédito, segundo o advogado de Foerster, Roger Hoole.

As duas não celebraram a união legalmente quando Grossaint ainda estava viva porque, quando a lei passou a permitir os casamentos gays, ela já enfrentava graves problemas de saúde.

As duas também temiam que uma mudança no estado civil interferisse no Medicaid de Foerster, o seguro-saúde que custeia seus tratamentos médicos. Como viúva, nada muda.

Preconceito

Bonnie Foerster, 74, conseguiu o direito de se casar com sua parceira de 50 anos, Beverly Grossaint, embora ela tenha morrido aos 82 anos em maio de 2018 (Foto: Francisco Kjolseth/The Salt Lake Tribune via AP)

Foerster diz que as duas “nasceram uma para a outra” e nunca esconderam o relacionamento de ninguém, mesmo enfrentando muito preconceito. “Você tem que se posicionar pelo que é certo”, explica.

Assim, o casal participou da primeira parada gay de Nova York, em 1970, uma história que ela contou ao juiz que validou seu casamento. “Pessoas jogaram lixo na gente. Fomos para casa, tomamos banho e ficamos limpas. Aquelas pessoas ainda têm lixo em suas mãos”, afirmou.

As duas, que se conheceram em 1968, quando Foerster fugia de um marido abusivo que a havia deixado com duas costelas quebradas e um olho roxo, se mudaram para Utah em 1979, para cuidar da mãe de Grossaint, que estava doente.

Mais tarde, Grossaint passou a cuidar da própria companheira, que teve que se aposentar por problemas de saúde: nos últimos 30 anos, Foerster foi submetida a 29 cirurgias na coluna e teve câncer de mama e câncer cervical, além de sofrer uma degeneração muscular que a deixou legalmente cega. Em 2016, ela teve uma inflamação nos ossos e precisou sofrer uma amputação das duas pernas acima dos joelhos.

Nos últimos três anos, porém, a situação se inverteu e, mesmo com dificuldades, Foerster passou a cuidar de Grossaint, que sofreu de enfisema e insuficiência cardíaca crônica, até falecer em 27 de maio deste ano.

g1

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