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Amiga de vítimas atingidas por vazamento de gasolina cria campanha de solidariedade

Sem poder voltar para casa, as famílias do Parque Capivari, em Duque de Caxias, que moram perto do duto da Petrobras, onde houve o vazamento na madrugada desta sexta-feira, contam com a solidariedade de vizinhos e amigos. Uma campanha no WhatsApp (21 96735-0022) e Instagram (@camilalouredotomaz) foi criada por Camila Guaraciaba, de 25 anos, para arrecadar doações.

— Sei da necessidade imediata dessas pessoas e fico imaginando que não terão a ajuda de fato por parte dos envolvidos (no vazamento). Foi também por compaixão e desejo de fazer pelo próximo algo que um dia também poderão fazer por mim — disse ela que já recebeu doações de roupas, biscoitos, leite, fraldas e em dinheiro.

A jovem é amiga de Fernanda Pacheco, de 26, mãe de Ana Cristina, de 9 anos, que teve 80% do corpo queimados ao cair numa poça de gasolina quente. O vazamento foi provocado por uma tentativa de roubo de combustível. A Polícia Civil investiga se milicianos estão por trás do crime.

Fernanda contou que na sexta-feira foi procurada por funcionários da Transpetro, mas a única ajuda concreta oferecida até agora foi estadia em hotel para a família. No entanto, ela preferiu passar a noite no hospital ao lado da filha.

— Sempre pensei que numa situação de perigo salvaria primeiro a minha filha, mas como ela sabia andar e tinha outras crianças de colo para salvar, dei prioridade a elas. Agora minha filha está aqui (no CTI Pediátrico do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes). Cheguei no hospital descalça achando que minha mãe estava morta. Os médicos dizem que seu estado é grave, mas estável. A pressão está baixa e tiveram de dar mais remédios. Tenho confiança de que ela sairá dessa. Ainda estamos precisando de orações — pediu.

Segundo a Secretaria estadual de Saúde, o estado da menina ainda é gravíssimo. Um bombeiro que participou do resgate de Ana, descreveu a ação.

Outras vítimas tiveram alta

Olavo Pacífico dos Santos e Antônio Martins da Silva tiveram alta médica na manhã deste sábado. Antônio, de 53 anos, é padrasto de Fernanda. Ele contou que não teve ferimentos e precisou apenas tomar medicamentos para desintoxicar. Um funcionário da Transpetro também foi levado para a unidade de saúde. conteudos-vazamento-caxias

— Fiquei tonto na hora. Passei o dia de ontem fazendo tratamento para desintoxicar.

Antônio, que é dono de um bar no local, contou que estava dormindo na hora do vazamento e que foi acordado pela enteada. Também mora próximo deles uma irmã de Fernanda, mãe de duas crianças, de 1 e 2 anos.

— Se não fosse a Fernanda, talvez eu teria morrido junto com a minha esposa — disse Antônio, acrescentando que seu carro, um Gol, teve a pintura danificada.

Ele também perdeu animais, entre cães e pássaros. Uma égua se salvou porque se assustou com o estrondo provocado pelo rompimento do duto e correu para um sítio próximo.

Desde ontem, equipes da Transpetro trabalham na reconstrução dos dutos e contenção dos riscos. Segundo moradores a energia elétrica está cortada por causa dos riscos de explosão, em caso de novo vazamento.

Maria Luiza Marques de Oliveira, de 50 anos, mora há oito anos numa das seis casas interditadas e está abrigada na casa de vizinhos com o marido Wilson de Souza Paes, de 59 anos. Nesta sexta, ela entrou pela segunda vez no imóvel, após o vazamento. Na véspera, para buscar documentos, e neste sábado, para recolher algumas peças de roupa.

— Não deu para pegar muita coisa, porque a maioria está com cheiro de óleo muito forte — afirmou a mulher que, na correria para se salvar, deixou o local só com a roupa do corpo.

Fonte: Extra
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