Troca entre os recém-nascidos aconteceu em hospital de Vitória, que nega o caso

A atendente de loja Janaína Nogueira de Aguiar, 31 anos, segura a filha Jasmin Victória, de apenas um mês, nos braços com ar de alívio, mas ainda de indignação. Ela contou que por pouco não saiu da maternidade com o filho de outra pessoa.
Janaína amamentou e passou quase duas horas com o filho de outra mulher achando que se tratava da sua filha. Ela conta que durante o pré-natal as ultrassonografias indicavam que o sexo do bebê era feminino. Após o parto na Pró-Matre, ela foi para o quarto e logo em seguida lhe foi entregue um bebê do sexo masculino.
“Se não fosse minha sobrinha comigo na sala de parto, tinha achado que era erro no ultrassom e tinha saído com o bebê trocado”.
Ela contou que começou a sentir as dores do parto às 2 horas da manhã no último dia 17 de fevereiro. “Foi para a Pró-Matre porque era mais perto da minha casa e eu não tinha como eu ir para o Hospital das Clínicas, onde estava fazendo o pré-natal de alto risco”.
Após três abortos espontâneos, Janaína contou que estava ansiosa pela chegada da filha. “Fiquei até 20 horas sentindo dor, até que o médico resolveu fazer a cesárea”.
O marido dela, o garçom Jonatan Deivison Gomes, 36, não pode entrar na sala de parto. “Disseram que não podia entrar homem, então chamei minha sobrinha para acompanhar a Janaína. Essa foi a nossa sorte. Ela entrou na sala, viu o parto e tirou foto da nossa menina”, contou o pai da criança.
A garçonete Isabelly Silva, 21, afirmou que assistiu a todo o parto e viu quando Jasmin nasceu, às 20h40. “Eles levaram a neném para o berçário. Meu tio tinha ido buscar a roupa da bebê, então fui para a enfermaria ver minha tia. Depois de uns 40 minutos veio a enfermeira e entregou um bebê vestido com uma roupa azul. Então desconfiei da situação”, disse a sobrinha.
Já Janaína disse que não desconfiou na hora porque achou que a roupa tinha sido doada por alguma instituição. Isabelly contou que quando começou a trocar a roupa do bebê que tinha sido entregue, uma enfermeira entrou, pegou o criança e saiu. “Fui atrás dela, mas não consegui alcançar. Depois de um tempo apareceu outra enfermeira com Jasmin no colo, só de fralda e sem identificação”.
O casal conta que ficou apavorado quando se deu conta do que tinha acontecido. “Isso é um absurdo!”, disse o pai.
Hospital nega o erro
Procurado pela reportagem de A Tribuna, a maternidade Pró-Matre negou que houve troca de bebês e respondeu por nota que está pronta para todos os esclarecimentos que a família ainda tenha.
“A Santa Casa de Misericórdia de Vitória Unidade Pró-Matre informa que, ao contrário do que diz o relato, não houve uma troca de bebês na maternidade. Neste caso, a família conversou com a direção da unidade e teve todos os seus questionamentos esclarecidos no local. Informamos ainda que a direção da maternidade está sempre à disposição dos pacientes e seus acompanhantes para tirar toda e qualquer dúvida durante suas internações”, disse a nota.