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Aposentado constrói sua própria cidade em miniatura em Domingos Martins

Uma Maria Fumaça sobre os trilhos, passando por pontes e montanhas, contornando o corpo de bombeiros e o hospital. Isso é apenas uma amostra da “Fufulância” um mundo encantado de cores em miniatura, do aposentado José Maria Saad, 70. Natural de Castelo, hoje residente em Vitória e em Aracê, Domingos Martins, seu José Maria fez de um hobby, um trabalho que chama a atenção pela perfeição dos detalhes e acabamentos.

José Maria foi apelidado pelos seus netos de “Fufu”, por isso sua maquete chama-se “Fufulância”, e não podia ser diferente, pois cada parte da obra representa uma passagem ou pessoas da vida de seu idealizador. “Em homenagem aos meus netos eu coloquei o nome de Fufulância. Aqui eu sou o criador, o executor, o engenheiro, o eletricista, o paisagista. Você aprende a fazer um monte de coisas”, conta Saad que acrescenta: “A maquete tem duas óticas. A física, que essa que você vê e a outra que você só conhece quando eu explico, contado os sentimentos de cada peça”, revela.

A maquete fica na sua residência em Aracê. Ela segue a escala 1:87, a chamada escala HO, que é a mais popular no ferreomodelismo, um hobby que consiste na construção de modelos de transporte ferroviários (trens, bondes, automotrizes, cenários etc.), em escala reduzida.   “Uma pessoa que mede 1,74 m, na maquete ela tem dois centímetros”, explica.

José Maria trabalha nesse projeto há dois anos e a inspiração veio nas lembranças dos passeios de trem de sua infância e mocidade. “Em 2013, fui a Campinas visitar meu filho. Ele me levou para almoçar em um restaurante, onde vi uns trenzinhos que rodavam pelo teto pra lá e pra cá. Eu fiquei olhando aquilo e me lembrei dos 22 anos que morei em Cachoeiro de Itapemirim, em que o trem passava na minha porta, na rua Bernardo Horta. Aí pensei: vou fazer um negócio desse, mas como?”, conta.

A partir daí, Saad começou a pesquisar na internet os meios para dar vida às suas lembranças e imaginação. A cada nova dúvida ou nova demanda, José Maria, recorria à internet e aprendia o que fosse necessário. Até hoje, ele ainda estuda para aprimorar os mecanismos de sua obra.

Além das construções, a Fufulância conta com iluminação de led. O interior das casas e os postes das ruas são iluminados, em um sistema preparado por José Maria. A iluminação está dividida por setores.

José Maria está fazendo um curso, construindo uma placa que devidamente programada vai possibilitar a luz de led piscar. O novo mecanismo vai servir para incluir sinais de trânsito nas ruas da maquete e utilizar as cancelas automaticamente, para a passagem do trem.

Vida e sentimentos

Cada parte da maquete de José Maria foi inspirada por alguma lembrança ou homenagem a pessoas especiais. Uma das peças é réplica do casarão antigo, onde sua mãe nasceu, no interior de Muniz Freire. Bem próximo, há um hospital com ambulâncias, vias de mão única, heliporto, esse foi construído em homenagem à filha medica.

“Aqui tem uma homenagem ao pai que me criou. Ele era mecânico, então coloquei aqui uma oficina. A ponte tem o nome do meu avô. Tem um bairro aqui, Vila Isaura, que tem o nome de minha mãe. É a vida da gente”, salienta Saad.

Com todo cuidado e zelo, José Maria vê na maquete mais do que um passatempo, mas uma forma de sempre aprender. “É um trabalho que você tem, mas é um trabalho gostoso que dá prazer de ver. Teve dias de eu perder o sono e vir para cá às três horas da manhã e trabalhar 15 horas num dia. Aqui, não vejo o tempo passar”.

A construção da maquete é continua, o que motiva José Maria. “Além de ser um hobby gostoso, tenho 70 anos e vejo isso daqui como uma terapia. Há dois anos que estou fazendo a maquete e ela não acaba. Você nunca vai sentar e dizer: ‘terminei minha maquete’. Enquanto você está vivo, sempre vai ter uma coisa para você fazer ou algo para aprender”, finaliza o vovô Fufu.

Fonte: Aqui Notícias

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