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Assassino de Milena mostra esconderijo de moto e onde queimou roupas

Foi o próprio executor do crime que levou os policiais ao sítio em que a moto foi deixada, trancada em um cômodo

Foi em um sítio localizado em Fundão onde Dionathas Alves Vieira, de 23 anos, escondeu a moto vermelha que utilizou no dia em que baleou a médica Milena Gottardi. Foi o próprio executor do crime que levou as equipes policiais ao esconderijo do veículo, inclusive mostrou onde as roupas que usava no dia do crime foram queimadas. Toda a operação policial, que incluiu a prisão dos responsáveis pelo assassinato e ainda a apreensão do veículo, foi filmada.

ASSISTA

 

No vídeo, Dionathas aparece junto aos policiais, ao lado do galpão onde estava guardada a moto vermelha, uma CB 300. Ela estava trancada no espaço. Em outros depoimentos prestados à polícia, ele revelou que levou a moto para o local na manhã do mesmo sábado em que foi preso (16). Explicou ainda que no dia do crime ele abandonou a moto em um terreno. No dia seguinte, 15 de setembro, uma sexta-feira, ele foi para o seu local de trabalho, em Maria Ortiz, Vitória. Quando o expediente terminou, no final da tarde, foi para Fundão, encontrar Valcir Dias da Silva e Hermenegildo Palauro, o Judinho.

No sábado (16) pela manhã, Dionathas retornou a Vitória com Valcir para buscar a moto vermelha que havia abandonado em um terreno. Juntos, voltaram para Fundão e a esconderam no sítio. O caseiro do local foi detido mas, segundo a polícia, não foi comprovado seu envolvimento.

As imagens do vídeo mostram ainda uma enorme mancha no chão, em frente ao galpão onde estava a moto, ainda com restos de cinza. Foi naquele local que Dionathas queimou a roupa que utilizou no dia do crime. Ele, inclusive, aparece nas imagens do vídeo próximo ao local.

INVESTIGAÇÕES

A prisão de Dionathas e de mais dois envolvidos no assassinato ocorreu dois dias após o crime, durante uma operação policial realizada na região de Timbuí, em Fundão. A partir daí o caso começou a ser desvendado.

Segundo os depoimentos constantes no inquérito, as conclusões da investigação policial e a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual, os apontados como mandantes do assassinato da médica Milena Gottardi, 38 anos – o policial civil Hilário Frasson e seu pai, Esperidião Frasson –, contrataram amigos de longa data para realizar o crime.

Uma execução que teria começado a ser planejada há pelo menos quatro meses. “Os depoimentos mostram que vários encontros foram realizados para definir as etapas e quem seria o executor. Todos são amigos desde criança”, relatou em entrevista coletiva à época o chefe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado José Lopes.

Segundo o inquérito, Esperidião Frasson atuou em conjunto com o seu filho, o policial civil Hilário Frasson. Segundo consta nos depoimentos, os dois contrataram conhecidos de longa data para fazer a intermediação do crime, ou seja, para contratar quem executaria a médica. Os escolhidos foram Valcir da Silva Dias, amigo desde a infância de Hilário, e Hermenegildo Palauro Filho, o Gildinho, que também era da região de Fundão.

Hermenegildo (Judinho) convidou para executar o crime Dionathas Alves Vieira, um jovem de 23 anos da região e que na ocasião estava desempregado. O próprio Dionathas, em seu primeiro depoimento prestado à polícia, relata que foi procurado por Judinho para executar o crime. “Ele marcou de me dar R$ 2 mil reais para pegar ela (Milena)”, disse, assinalando que não a conhecia. “Nunca a tinha visto”, conta.

Pelo serviço ele receberia R$ 2 mil após o crime, “quando a poeira baixasse”, segundo relataram os intermediários, em depoimento. Mas Dionathas precisava de uma moto e resolveu pedir o apoio do cunhado dele, Bruno Rodrigues Broetto. Foi ele quem furtou a moto vermelha, uma CB 300, usada no crime. Receberia do amigo R$ 1 mil.

MUDANÇA

Uma semana antes da execução, Dionathas veio morar em Vitória. Tinha conseguido um emprego em Maria Ortiz, de carpinteiro. Segundo a polícia, Valcir, Hermenegildo e Dionathas foram várias vezes ao Hucam para executar o crime, mas não tiveram êxito.

Dionathas, o executor da médica Milena
Foto: Divulgação

Foi no dia 14 de setembro, uma quinta-feira à noite, que o planejamento deu certo. Milena estava no estacionamento. Valcir e Hermenegildo chegaram em um Gol cinza, apreendido pela polícia. Entregaram para Dionathas a arma e indicaram como identificar a vítima, que estaria com um ônix prata, segundo depoimentos constantes no processo. A orientação era de que tudo parecesse um roubo, tanto que o celular da médica não foi localizado pela polícia.

Após receber as instruções, Dionathas foi para o estacionamento e ficou aguardando a médica embaixo de um refletor, sem capacete. Seu erro, segundo a polícia, que permitiu a sua identificação pela médica que estava com a Milena.

As duas – Milena e a amiga – passaram por ele. Mesmo com temor, seguiram em frente. Pouco depois Dionathas as abordou, simulando um assalto, e disparou contra Milena. A arma, segundo Dionathas, em depoimento à polícia também gravado, foi devolvido a Judinho no dia do crime. “A arma eu devolvi a ele (Judinho). Entreguei na quinta-feira mesmo. Ele estava comigo, estava de carro”, disse.

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