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Café Conilon colhido em Águia Branca é lançado pela Nestlé no mercado

Há seis anos, a multinacional suíça implantou no município de  Águia Branca localizado região noroeste do Espirito Santo, um programa de apoio à produção de café conilon no estado, chamado Nescafé Plan, também aplicado em outros 13 países produtores de café do mundo

“Nossos principais objetivos são garantir a qualidade do café usado na marca Nescafé e estimular a produção sustentável do produto, de forma que os filhos dos cafeicultores tenham interesse em manter o negócio”, diz Antonio Diogo, vice-presidente de bebidas da Nestlé no Brasil.

“Quem tem café não precisa de cofre”, afirma, num tom entre sério e espirituoso, o produtor capixaba José Carlos Kubit. Não é difícil entender a frase do cafeicultor quando se está diante do que ele considera seu tesouro. Seus 40 hectares de café conilon estão na cidade de Águia Branca, no norte do Espírito Santo, região presenteada com montanhas de granito impressionantes, entre as quais se destacam as do Monumento Natural dos Pontões Capixabas.

Kubit e outros 701 pequenos e médios produtores de café conilon dessa região (de Águia Branca e mais 18 cidades) estão apostando em uma iniciativa da multinacional Nestlé que pode lhes permitir melhorar o desempenho da produção – e em consequência seus resultados. E, é claro, garantir que o “cofre” não se esvazie

Como parte do programa, equipes da Nestlé dão acompanhamento técnico- trabalho em que o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) está envolvido – aos cafeicultores, e os orientam sobre a implementação de melhores práticas conforme o código 4C (Código Comum da Comunidade Cafeeira), conjunto de regras criado pela Associação 4C, plataforma internacional que reúne “stakeholders” relevantes do segmento cafeeiro de diversas partes do mundo. O objetivo é promover melhorias nas condições econômicas, sociais e ambientais na produção e no processamento de café.

Não há obrigatoriedade de vender o café à Nestlé. Mas os produtores que atendem aos requisitos do código 4C e entregam o produto para comerciantes credenciados pela multinacional, conseguem um prêmio de cerca de R$ 10 por saca de 60 quilos sobre os valores praticados no mercado local. Para o pagamento do bônus são considerados também critérios como práticas de manejo, produtividade das lavouras e qualidade do café entregue.

Neto de imigrantes poloneses que começaram a plantar café no Espírito Santo na década de 1930, Kubit foi um dos entusiastas do programa da Nestlé em 2011 e convenceu outros cafeicultores da região a aderirem. “Olho no pé de café e vejo meu dinheiro”, afirma, ao justificar por que a iniciativa da múlti o atraiu. O cafeicultor também tem uma empresa de comercialização do grão e de cacau produzidos na região.

Malta reconhece que “por gerar valor para a cadeia, o Nescafé Plan acaba ajudando a fidelizar o produtor. O fato de oferecermos um pacote de serviços de forma voluntária e proativa, cria nos produtores a percepção de valor”. Assim, acrescenta ele, os produtores participantes do Nescafé Plan tendem a comercializar a sua produção por meio dos comerciantes de café que fazem parte do programa. Com informações da revista Café.

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