O câncer matou 1.475 pessoas no Espírito Santo em todo o ano passado. E, no ano anterior, foram 1.373 óbitos pelos mais diferentes tipos da doença, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O número de internações também aumentou: em 2016 foram registradas 19.378, enquanto em 2017 o número subiu para 21.066.
Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), este ano a previsão é que 6.110 novos casos de câncer sejam registrados no Estado, sendo o câncer de pele o que apresentará maior incidência em ambos os sexos. Além deste tipo, o ES deve registrar 1.510 novos casos de câncer de próstata em homens e 1.130 novos casos de câncer de mama em mulheres.
Segundo alertam os especialistas, o sucesso no tratamento está em descobrir a doença na fase inicial. A prevenção do câncer engloba ações realizadas para reduzir os riscos de ter a doença, cujas causas podem ser externas (relacionadas ao meio ambiente e os hábitos) ou internas (genéticas). De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais.
Prevenção
A prevenção primária tem o objetivo de impedir que o câncer se desenvolva e, por isso, inclui a adoção de um modo de vida saudável e a recusa à exposição a substâncias causadoras de câncer. Já a prevenção secundária visa detectar e tratar doenças pré-malignas cânceres assintomáticos iniciais.
“Evitar o câncer não é possível, mas pode-se diminuir o risco de se ter. Quem fuma, ingere bebida alcoólica em grande quantidade, não tem vida saudável, é obeso, come mal (…) traz problemas para o organismo, além do câncer. Quanto mais coisa ruim você põe no organismo, maior a probabilidade de a célula ter defeito”, afirma o médico oncologista Carlos Moura. De acordo com ele, a prevenção pode ser feita procurando o médico de forma periódica e ter hábitos saudáveis.
Levantamento do Observatório de Oncologia do movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) baseado em números do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), existem 516 municípios no Brasil onde o câncer é a principal causa de mortes. Três deles estão no Espírito Santo: Marilândia e Governador Lindemberg, no Noroeste capixaba, e Rio Bananal, no Norte. Esses municípios juntos registraram 55 mortes, sendo 38 de homens e 17 de mulheres.
O tipo de câncer que mais registrou internações no Estado foi o câncer de útero, registrando 2.004 internações em 2017, um aumento de 21% em relação ao ano anterior. O câncer de mama foi o segundo (1.726), seguido do de pele (1.081). Já os tipos de câncer que mais levaram pacientes a óbitos no Estado foram o câncer dos brônquios e pulmões, responsáveis por 472 óbitos em 2017, 13 a mais do que em 2016; o câncer de estômago (271 óbitos em 2017 e 329 óbitos em 2016); o câncer de próstata, com 306 óbitos em 2017, 11 a mais do que no ano anterior e o câncer de mama (277 óbitos em 2017 e 332 óbitos em 2016).
Karoline Bortoli Catelan, coordenadora de Oncologia do Hospital Evangélico, em Vila Velha, informou que no primeiro semestre de 2018 foram registrados 388 novos casos de câncer, cinco a mais do que no mesmo período do ano anterior. No hospital, o número de pacientes em tratamento passou de 3.336, em 2017, para 3.622 no atual período. No ano passado, foram registrados 138 óbitos em virtude do mal, no hospital, e 499 pessoas venceram a doença.
“Nas mulheres a maioria dos casos é do câncer de mama e, nos homens, de câncer de próstata. Em ambos os sexos, são os cânceres de intestino e de pulmão. Trabalhamos com as linhas de quimioterapia, hormonioterapia e cirurgia para tratamento. Quando precisamos de radioterapia, temos convênio e fazemos a interface entre uma instituição e outra. Com a construção do novo prédio da Unidade de Alta Complexidade Oncológica (Unacom), também vamos trabalhar com radioterapia”, explicou a coordenadora. Com informações ES Hoje.