O número de casos de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, está quase sete vezes maior em 2019, na comparação com 2018, de acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. De janeiro a 24 de agosto, foram registrados 1,4 milhão de casos da doença em todo o Brasil. No ano passado, o número foi de 205,7 mil. As regiões Sudeste e Centro-Oeste lideram os registros.
Com 999 mil pessoas infectadas pelo vírus da dengue, no período, o Sudeste teve um aumento de 1.713,2% nos casos em relação ao ano passado. A maioria foi detectada em Minas Gerais, com incidência de 2.239 casos por 100 mil habitantes. No Espírito Santo, segundo boletim divulgado pela secretaria de Estado (Sesa), Foram notificados 76.416 casos de dengue no Espírito Santo com incidência de 1923,68 casos por 100 mil habitantes entre 30 de dezembro do ano passado e 9 de novembro de 2019.
Para o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya se espalhou e se adaptou a regiões que, anos atrás, eram pouco atingidas. Os fatores ambientais, como alto volume de chuvas e altas temperaturas também favoreceram o aumento dos casos. Além desse fator, a circulação de um subtipo de vírus específico, sorotipo 2, deixou em alerta todos os estados e municípios.
“O sorotipo 2 não circulava no nosso meio há muito tempo. Ele reapareceu, é mais grave e reinicia um ciclo, pois tem muita gente que não tem imunidade, nunca teve contato com esse sorotipo.”
Segundo o Ministério da Saúde, existem quatro tipos de vírus de dengue – os sorotipos 1, 2, 3 e 4. Cada pessoa pode ter os quatro sorotipos da doença, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele.
A cuidadora Ana Luiza Espíndola, de 54 anos, teve a doença há cinco anos, mas nunca esqueceu a experiência “traumatizante” de ser diagnosticada com dengue. Moradora do bairro Belford Roxo, na zona norte do Rio de Janeiro, a cuidadora lembra que os analgésicos receitados pelos médicos não resolviam a sensação de mal-estar, incômodo para comer, dormir e a incapacidade motora que sentiu durante pelo menos 15 dias.
“Muito ruim, muita dor no corpo, não conseguia pisar e comer. Muita dor nas juntas, pernas e braços. Foi horrível. Tanto que minha mãe teve que vir para minha casa para cuidar de mim, porque não conseguia fazer nada.”
Na época, Ana Luiza morava com os dois filhos em um apartamento e não se preocupava em eliminar possíveis criadouros do mosquito. Agora, mesmo morando sozinha em casa, ela não deixa de fazer a limpeza semanal, desde os pratinhos de vasos de plantas, até as poças de água parada no quintal.
“Na época que eu peguei dengue, eu mesma não levava muita fé. Tanto que eu acho que peguei lá mesmo onde eu morava, porque eu tinha plantas dentro de casa, no quintal… Por falta de cuidados meus eu peguei. De lá para cá, nunca mais eu descuidei.”
Assim como a Ana, você precisa prevenir sua família e amigos das três doenças: dengue, zika e chikungunya são doenças graves que podem matar. Faça a limpeza diária em sua casa, verificando ralos, calhas, tampas e garrafas com água. E você? Já combateu o mosquito hoje? A mudança começa por você. Proteja a sua família.
Fonte: ES HOJE