Bananal Online

Chuva no Rio destrói teto e alaga CTI do Hospital do Fundão

temporal que atingiu o Rio de Janeiro na madrugada desta quinta-feira (15) causou estragos no Centro de Tratamento Intesivo (CTI) que fica no 13º andar do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, que fica na Ilha do Fundão, na Zona Norte do Rio.

Funcionários contaram ao G1 que respiradores hospitalares e bombas difusoras de medicamentos não funcionaram na madrugada. Além disso, o teto do 13º andar desabou e o CTI ficou sem luz e alagado.

“Começou por volta de 2h da manhã. O gerador não funcionava. Bombas difusoras e respiradores pararam e a noradrenalina que corre em bombas teve que ser colocada em gotas. O CTI do 13º andar ficou destruído. Choveu em cima dos pacientes e das nossas aparelhagens, ao ponto da equipe de enfermagem colocar plásticos em cima dos pacientes. Foi uma tragédia”, diz uma funcionária que pediu para não ser identificada.

Em nota, o hospital informou que o gerador voltou a funcionar normalmente e os pacientes foram transferidos da enfermaria e do CTI que foram alagados. Algumas cirurgias e internações agendadas para esta quinta foram suspensas por tempo indeterminado:

“No HUCFF, [pacientes de] alas afetadas – CTI e uma enfermaria – foram transferidos para outras áreas do hospital com a finalidade de manter a segurança e o atendimento aos pacientes. As cirurgias e internações eletivas agendadas para hoje (15) foram suspensas até que a situação seja restabelecida. Apesar das oscilações do fornecimento de energia, o gerador do hospital está funcionando sem comprometer a rotina”.

No entanto, uma funcionária, que não quis se identificar, contou que é recorrente o problema da unidade hospitalar com fortes chuvas. Emocionada, ela contou que teme que uma paciente tenha morrido devido ao não funcionamento de equipamentos.

“Não é a primeira vez que isso ocorre no CTI do Fundão. Toda vez que chove é essa vergonha e já fizeram obras, mas não resolve e dessa vez foi uma tragédia muito grande. Tenho medo de termos perdido uma paciente por causa desse caos nessa madrugada. Estamos cansados do descaso. Nunca tinha chovido em paciente”, desabafou.

Ainda segundo a direção geral do HUCFF/UFRJ, a instituição está fazendo de tudo para manter as atividades do hospital – centro de excelência em ensino, pesquisa e extensão – que possui 293 leitos ativos, média de 2000 atendimentos e 497 cirurgias por mês. Para esta quinta, estão agendados 422 atendimentos ambulatoriais e 353 para sexta (16).

Funcionários registraram parte do teto que desabou no CTI do 13º andar do hospital (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Temporal afeta unidades hospitalares e deixa 4 mortos

Quatro pessoas morreram durante o temporal que atingiu o Rio na madrugada desta quinta-feira. Um homem, uma mulher, um policial militar e um adolescente de 12 anos foram vítimas da chuva nos bairros de Quintino, Realengo e Cascadura. Na cidade, pelo menos seis unidades públicas hospitalares foram afetadas pelas fortes chuvas.

Pelo menos seis hospitais foram prejudicados pela chuva que atingiu o Rio

O município ficou mais de 5 horas em estágio de crise e teve o maior registro de chuva da história. Além de interdições, falta de energia, alagamentos, a chuva derrubou um trecho da ciclovia Tim Maia, na Zona Oeste, provocando um afundamento do solo. Não há informações de feridos.

A Defesa Civil informou também que interditou 17 casas. Em Cascadura, 10 casas foram isoladas pelos técnicos. Em Campo Grande, na Zona Oeste, imagens aéreas mostram quarteirões inteiros alagados. Segundo a Secretaria de Assistência Social, 177 famílias tiveram que deixar suas casas. O órgão registrou 504 ocorrências emergenciais e preventivas, que realiza vistorias em edificações. Técnicos continuam fazendo análises no Complexo do Alemão, onde 17 casas já foram interditadas.

Segundo o Centro de Operações, em Jacarepaguá, das 17h de ontem às 2h de hoje, chegou a chover quase 150% da média de chuva esperada para todo o mês de fevereiro. No mesmo período, nas regiões da Barra/Riocentro e de Piedade, choveu o equivalente a 126% da média de fevereiro e, em toda a cidade, choveu 75% do esperado para todo o mês de fevereiro.

*Estagiária sob supervisão de Nicolás Satriano

Sair da versão mobile