Após a interdição de três áreas da Vale, no Complexo Tubarão, em fevereiro deste ano, e da aplicação de uma multa de quase R$ 35 milhões, a empresa tem até março de 2020 para regularizar a situação. Entretanto, segundo o Secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de Vitória, caso nada tenha mudado, o complexo volta à interdição.
Uma das irregularidades, segundo a prefeitura, era o fato de que a mineradora deixava rejeitos das atividades industriais chegarem ao mar. Tudo isso porque, de acordo com o secretário do meio ambiente de Vitória, Luiz Emanuel Zouain, os reservatórios da empresa estavam sobrecarregados. “Interditamos a bacia de reservação e sedimentação da empresa. Lá é onde ficam todos os resíduos produzidos, tudo o que sobre: terra, minério, e outros. Eles descem pelas canaletas para serem armazenados em um lugar que já não tinha mais capacidade de armazenamento. Por isso a interdição”, explicou.
A Vale ampliou a área de atuação em até 5 vezes. Ou seja, mais substâncias produzidas e menos locais de armazenamento. “Na época, a empresa só retornou às suas atividades após concordar em realizar as mudanças e cumprir com as determinações necessárias. Sendo assim, caso a fiscalização não encontre nenhuma alteração, as áreas serão fechadas novamente, esse é o nosso papel”, disse.
A empresa recorreu ao pagamento das multas e às notificações. “É direito de todos recorrer. É natural que a empresa procure essa opção. Mas não vamos deixar o erro passar batido”, disse Luiz Zouain.
Para o secretário, as empresas contribuem para um ambiente desfavorável, eu que as mesmas são monitoradas semanalmente. “Toda a emissão poluente das empresas prejudica a fauna marinha, o ar, cria problemas para a saúde humana. Por isso, monitoramos os índices semanalmente. Entendemos que a situação não está resolvida mas é nosso dever notificar, multar e identificar, para que a população capixaba não sofra com as consequências dessa poluição. Os órgãos não vão ficar impunes”, declarou.
A mineradora, por meio de nota, disse que está cumprindo a determinação. E disse ainda que monitora os corpos d’água que recebem efluentes há mais de 30 anos, “sem que haja qualquer alteração na qualidade da água.”
Fonte: ES HOJE