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Conheça histórias de capixabas que fizeram de 2017 o ano da superação

Elas lutaram batalhas difíceis, mas conseguiram superar os desafios da vida

Todo fim de ano tentamos nos lembrar dos acontecimentos passados nos 365 dias anteriores. Paramos para refletir sobre os momentos alegres e tristes, comemorar e agradecer. E, no final de 2017, algumas mulheres possuem vários motivos para agradecimento.

A psicóloga Rubilene Pimenta, de 35 anos é uma delas. Deu à luz a pequena Alice no sétimo mês de gestação. A bebê ficou 24 dias na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin).

Alice lutou pela vida ainda no início da gestação quando Rubilene teve um descolamento de placenta. No sétimo mês, a bolsa amniótica que a guardava no útero de sua mãe estourou. Rubilene entrou em trabalho de parto cinco dias depois.

“No dia que a bolsa rompeu, quando cheguei naquele hospital e vi tanto sangue com aquele líquido, rezei muito para Alice vir ao mundo, porque a sensação que tive é de que ela não fosse sobreviver”, relembrou Rubilene Pimenta.

Alice nasceu no dia 22 de setembro e teve alta do hospital no dia 18 de outubro.

“Esse ano vai ficar marcado na minha lembrança para sempre. Por essa chegada da Alice dessa forma. Da possibilidade que Deus nos deu de viver dia após dia. Porque essa gestação foi muito atribulada: fiz um curso, montei uma empresa e gerei Alice em 2017”, disse Rubilene

SEGUNDA CHANCE

Rayani Ferri, de 24 anos, levou um tiro na cabeça durante a greve da Policia Militar do Espírito Santo. Ficou uma semana na UTI
Foto: Vitor Jubini

Enquanto a pequena Alice se formava na barriga da mãe, a professora de Educação Física Rayani Ferri, de 24 anos, quase perdeu a vida. Era o dia 6 de fevereiro, início da greve da Polícia Militar no Espírito Santo, quando ela foi surpreendida por quatro adolescentes armados que tentaram roubar seu carro. Rayani foi atingida com um tiro na cabeça.

“Anunciaram o assalto e houve uma troca de tiros. No primeiro disparo fui atingida”, relembra Rayani.

Durante a troca de tiros, ela conseguiu sair do carro e correr para pedir ajuda. Não imaginava da gravidade do ferimento.

“Cheguei consciente no hospital. Eu via aquele monte de sangue, mas até então não tinha noção onde tinha sido o tiro. Tinha o ferimento de entrada e saída na minha cabeça, mas eu estava lá, viva”, relata.

Rayane ficou internada por uma semana na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesse período, sua vida virou de cabeça para baixo. Estava se formando na faculdade e precisava terminar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Após ter alta, um novo susto. Desenvolveu uma doença de pele por conta dos medicamentos anticonvulsivos que passou a usar.

Hoje, Rayani leva uma vida normal, formou-se e trabalha como professora de Educação Física. “Saí dos hospitais e não tive mais nada. Perdi uma parte da minha visão, mas em momento nenhum você vai me ver reclamar. Porque eu implorei demais para estar viva dentro daquele carro”, diz otimista e agradecida pela vida.

A oportunidade de uma nova vida

“Hoje posso costurar e trabalhar dentro da minha casa. Tenho um coração saudável”
Foto: Marcelo Prest

Teve quem buscasse em 2017 uma nova oportunidade de vida. A dona de casa Jussara Oliveira, de 47 anos, é exemplo disso. Diagnosticada com miocardiopatia, doença sem cura que faz o coração crescer, ela entrou na fila nacional de transplante de órgão em janeiro, quando a doença estava em estágio avançado. Só o transplante a daria a ela a chance de ter melhor qualidade de vida.

Jussara descobriu a doença em 2004, quando teve um Acidente Cardiovascular Cerebral (AVC). Passou a usar medicamentos para controlar a doença, mas com o passar dos anos foi deixando de fazer as coisas que mais gostava, como a costura e o crochê. Se sentia fraca para os afazeres domésticos e até para comer.

Em 2016 precisou colocar um marca-passo para melhorar os batimentos cardíacos. E em maio precisou ser internada para trocar o aparelho por causa de uma infecção. O coração novo chegou durante a internação. A cirurgia foi um sucesso. E o coração saudável devolveu a Jussara a oportunidade de seguir uma vida normal.

“Foi um ano muito marcante. Não é fácil descobrir que está com uma bactéria dentro de você. Ainda próxima do coração, que já não está bom. Por mais fé que você tenha, uma hora vem o medo. Você pode morrer a qualquer minuto”, relata Jussara.

A cearense, Regilaine Pereira de Oliveira, de 47, também comemora e agradece as oportunidades de 2017, conquistadas com muita perseverança. Ela teve uma grande mudança, saiu de Fortaleza para Vitória para estudar música na Universidade Federal do Espírito Santo. Apostou em seus sonhos após a morte do filho de 17 anos.

“Saí de casa no Ceará sem nenhuma expectativa. Acabei de perde meu filho. E de repente você arrumar força para superar isso tudo, é uma conquista”, comemora Regilaine Pereira.

APÓS PERDER UM FILHO

“O ano de 2017 foi de adaptação e desafios, tive que morar na casa de amigos”, contou Regilaine
Foto: Divulgação/Jerusa Gomes

“Saí de casa no Ceará sem nenhuma expectativa. Estudar música é uma conquista”, Regilaine Pereira de Oliveira, estudante

Aos 47, entrou na universidade

“Aos 47 anos de idade, me mudei de Fortaleza, no Ceará, para estudar música na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em vitória. A escolha foi em busca de restabelecer sua vida após a morte de seu único filho, que tinha 17 anos. “Eu quis dar um ‘up’ na minha vida e resolvi fazer Enem aos meus 47 anos de idade. Passei e vim cursar Música. O ano de 2017 foi de adaptação e desafios, tive que morar na casa de amigos. Acordo cedo todos os dias. Às 7h da manhã, já estou na sala de aula, estuda em tempo integral na Ufes, e aos finais de semanas faço bicos como cozinheira para se manter. A saudade da família às vezes aperta, mas acredito que estou no caminho certo para realizar meu sonho.”

TRANSPLANTADA

“Hoje posso costurar e trabalhar dentro da minha casa. Tenho um coração saudável” – Jussara Oliveira, dona de casa – Jussara Oliveira, dona de casa

Um coração novo bate no peito

“Em maio de 2017, ganhei uma nova vida. Fiz transplante de coração, em um momento de saúde debilitada. Fui diagnosticada com miocardiopatia dilatada, uma doença sem cura que faz o coração aumentar. Desde 2004, fazia o uso de vários medicamentos. No final de 2016, a doença se agravou e tive que usar um marca-passo para melhorar o ritmo cardíaco. Nessa época, entrei na fila nacional de transplante de órgão. Em maio deste ano, uma infecção do marca-passo me levou novamente ao hospital para trocar o aparelho. Recebi a notícia de que havia um coração compatível já internada. Quando soube do coração vários sentimentos vieram juntos. Você chora, ri, não sabe o que vai acontecer. Hoje posso costurar e trabalhar dentro da minha casa. Tenho um coração saudável.”

Empresária perdeu 51 kg e faturou R$ 3 milhões

O ano de 2017 fui de muitas conquistas para a empresária Cristina Pascoli Tongo, de 35 anos. Ela emagreceu 51 quilos e faturou R$ 3 milhões com sua empresa.

Cristina diz que há dois anos não conseguia emagrecer, principalmente após o nascimento do filho. Em 2016, chegou a pesar 138 quilos e teve diversos problemas de saúde.

Cristina emagreceu após depositar confiança em si
Foto: Divulgação/Gabriel Oliveira

“Sempre fui muito ágil e pensei: se consigo tudo que quero para minha empresa, por que não conseguir tudo que quero no campo pessoal? Confiei que podia e consegui recuperar minha saúde. Adotei a dieta e comecei a emagrecer”, relata Cristina.

No campo profissional com a venda de creme de café para franquias sua fábrica faturou R$ 3 milhões. Negócio que começou com R$ 20, na bancada de sua casa em 2012.

“É maravilhoso olhar para trás e ver que tudo que aprendi, apliquei e tive excelentes resultados. Mais que clientes, temos fãs”, disse Cristina.

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