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DEBATE SOBRE TRIBUTAÇÃO DOS COMBUSTÍVEIS: Guedes diz que fala de Bolsonaro não diz respeito a redução imediata de preços

Com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, os chefes dos executivos estaduais debateram sobre a tributação dos combustíveis em reunião dos governadores em Brasília nesta terça-feira (11). Para Guedes, a fala do presidente da República, Jair Bolsonaro, não diz respeito a redução imediata do preço dos combustíveis. De acordo com a Assessoria de Comunicação do Governo do Estado, Casagrande afirmou que o Governo do Estado segue aberto à discussão, que a forma como o assunto foi lançado causou impacto imediato e que o tema exige debate técnico responsável.

GUEDES
“Acho que em casa que falta pão todos brigam e ninguém tem razão. O Governo Federal tem suas dificuldades, os governos estaduais têm suas dificuldades. As manifestações políticas são normais. O presidente, quando fala isso, ele está dizendo: ‘olha, dentro do preço do combustível, tem muito peso no imposto aí’. Então, quando ele faz uma convocação dessa [para redução do ICMS dos Estados], ‘olha eu abaixo aqui, vocês abaixam aí’. Não é instantâneo. É para ser interpretada exatamente como dizendo, ‘olha vamos para essa reforma tributária, o Governo federal pode abrir mão, os governos estaduais também’, se nós fizermos um programa de substituição tributária, que é o que vamos fazer” – afirmou o ministro da Economia.

CASAGRANDE
“A forma como o assunto foi lançado causou um impacto imediato. Em nenhuma hora foi explicado que era uma condição de longo prazo. O ministro Paulo Guedes disse que ninguém pode abrir mão de receita imediatamente. Com o Pacto Federativo vai ter o fortalecimento dos Estados e Municípios, além da aprovação da reforma tributária. Só que a interpretação dada pela sociedade é de que o presidente Bolsonaro estava fazendo um desafio para que fosse imediato. A avaliação do ministro Guedes é um convite para que a gente possa achar um caminho no médio e longo prazo. Na visão dele, nem a União e nem os Estados podem abrir mão de receitas” – disse Casagrande.

O governador capixaba ainda prosseguiu. “Primeiro, quero registrar a forma e a metodologia superficial usada pelo presidente em um tema tão importante, tentando colocar a população contra os governadores. Segundo, a nossa posição é clara: a União fica com 68% dos tributos do País, detém a política de preço dos combustíveis, além de emitir títulos. Se alguém pode resolver é a União. Nós devemos estar à disposição do Governo, se vier de forma equilibrada, debatendo com responsabilidade fiscal. Que esse assunto seja debatido no âmbito da reforma tributária” – completou.

Durante a reunião com os governadores, o ministro Paulo Guedes informou que irá se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro para conversar sobre os próximos passos em relação ao tema.

Ainda durante o Fórum Nacional dos Governadores, houve uma apresentação do presidente do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados (Comsefaz), Rafael Fontele, sobre as propostas de emendas constitucionais do Mais Brasil e dos Fundos (PECs 15/15, 186/19, 187/19 e 188/19).

Casagrande ressaltou que o momento é de priorizar as discussões emergenciais: “São temas importantes e o que for emergencial, como o Fundeb, devíamos decidir hoje. O que não é de votação imediata devemos aprofundar mais os temas com os secretários de Fazenda para apresentarmos soluções concretas” – ressaltou o governador, informando que os Estados querem participar da destinação dos fundos.

Outros temas debatidos foram o Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal (PEF); Renovação do Fundeb; Fundo de Participação dos Estados (FPE); Plano Mais Brasil (Pacto Federativo); Distribuição dos Royalties de Petróleo; e Securitização.

Fonte: TC

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