Um dia depois de ser demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo que o chefe do Executivo federal classificou de algo “completamente imoral” – a viagem em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) da Suíça para a Índia –, o ex-secretário-adjunto da Casa Civil da Presidência da República José Vicente Santini foi nomeado para outro cargo na mesma pasta. Ele agora é assessor especial da Secretaria de Relacionamento Externo, ainda sob o comando do ministro Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que está em férias.
“O que ele [Santini] fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de avião comercial, classe econômica”, afirmou o presidente, externando irritação, quando anunciou a demissão.
A nomeação foi confirmada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), poucas horas depois de a edição normal, de manhã, trazer a exoneração de Santini e a escolha de Fernando Moura como novo “número 2” da Casa Civil.
O “rebaixamento”, contudo, é quase irrelevante em termos financeiros para Santini. Como substituto direto de Lorenzoni na Casa Civil, Santini recebia um salário bruto de R$ 17.327,65 mensais, numa função de natureza especial. Agora, no novo cargo, um DAS 102.6, a remuneração prevista é de R$ 16.944,90. Ou seja: Santini passará a receber R$ 382,75 a menos.
REPRODUÇÃO
Outras viagens
Santini realizou outros 15 deslocamentos durante sua passagem pela Casa Civil da Presidência da República até a exoneração. Ao todo, o governo desembolsou R$ 94,3 mil com as viagens do secretário-executivo, que substituía o titular da pasta, ministro Onyx Lorenzoni. As viagens foram realizadas entre janeiro e dezembro de 2019.
Os dados fazem parte de um levantamento do Metrópoles com base em dados divulgados pelo Portal da Transparência, canal de divulgação de contas do governo federal. Em média, cada deslocamento custou R$ 6,2 mil em passagens aéreas e recebimento de diárias.
Fonte: Metrópoles