Bananal Online

Dólar bate recorde e ultrapassa os R$ 5,60 em dia de demissão do ex-ministro Moro

A sexta-feira (24) não foi agitada somente na área política. A saída do agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, refletiu no mercado financeiro e o dólar bateu novo recorde após atingir R$ 5,668.

Desde a criação do real este é o maior valor nominal – sem considerar a inflação – do dólar comercial. A moeda encerrou a sexta vendida a R$ 5,668, com alta de R$ 0,14 (+2,54%). O euro comercial foi vendido a R$ 6,116, fechando acima dos R$ 6 pela primeira vez na história.

A bolsa operou o dia inteiro em queda, mas despencou depois do anúncio da demissão de Sergio Moro. O índice Ibovespa, da B3, a bolsa de valores brasileira, caiu 5,45%, fechando aos 75.331 pontos, no menor nível desde 6 de abril. Por volta das 12h30, o índice chegou a cair 9,5%, ameaçando o acionamento do circuit breaker, quando as negociações são interrompidas por meia hora quando o recuo supera os 10%.

Em relação ao dólar, a cotação começou o dia em torno de R$ 5,55, mas aproximou-se de R$ 5,70 após a demissão do ministro. Na máxima do dia, por volta das 14h50, a moeda chegou a ser vendida a R$ 5,74.

A alta poderia ter sido maior caso o BC (Banco Central) não tivesse intervindo no mercado. A autoridade monetária fez quatro leilões de venda direta de US$ 2,175 bilhões das reservas internacionais e dois leilões de venda com compromisso de recompra de US$ 700 milhões.

O BC fez ainda leilões de contratos novos de swap (venda de dólares no mercado futuro), mas o resultado não foi divulgado. A divisa acumula alta de 41,25% em 2020.

Além da renúncia de Moro, o mercado está sendo influenciado pela perspectiva de queda dos juros. Na última quarta-feira (22), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o cenário para a Selic (taxa básica de juros) mudou depois da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Juros mais baixos tornam menos atrativos os investimentos em países emergentes, como o Brasil, estimulando a retirada de capitais por estrangeiros. As tensões políticas internas também interferiram no mercado.

No exterior

Em relação aos demais países emergentes, o real foi a moeda que mais se desvalorizou hoje. O Ibovespa descolou-se do mercado externo. Influenciado pela recuperação da crise de petróleo e por um pacote de ajuda a empresas norte-americanas, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, encerrou o dia com ganhos de 1,11%.

Há várias semanas, mercados financeiros em todo o planeta atravessam um período de nervosismo por causa da recessão global provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus. As interrupções na atividade econômica associadas à restrição de atividades sociais travam a produção e o consumo, provocando instabilidades. No entanto, a perspectiva de que vários países da Europa e regiões dos Estados Unidos relaxem as restrições após a superação do pico da pandemia anima os mercados.

Fonte: BHAZ

Sair da versão mobile