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Doria: “Hartung na chapa presidencial agradaria a qualquer pessoa”

Após almoço com o governador no Palácio Anchieta, prefeito de São Paulo nega que seja candidato, mas confirma pauta político-partidária com peemedebista

Foto: Fernando Madeira
Foto: Fernando Madeira

Cumprindo agenda no Espírito Santo na tarde desta quarta-feira (23), o prefeito de São Paulo, João Doria, almoçou com o governador Paulo Hartung (PMDB) por pouco mais de uma hora, no Palácio Anchieta. No cardápio, além de moqueca capixaba, foi servido também “ingrediente político”: o tucano confirma que tratou com o peemedebista do futuro partidário de Hartung.

Doria, que frisa não estar de colocando como pré-candidato a presidente, faz uma ressalva, todavia: caso os ventos mudem e ele assuma uma candidatura rumo ao Palácio do Planalto, vê no governador do Espírito Santo atributos que possibilitem a formação de uma chapa.

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que, na visão dele, é mais provável que o PSDB lance o nome do governador Geraldo Alckmin como candidato à Presidência da República. O senhor tem essa informação, conversou com FHC?

Tenho um encontro amanhã com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tenho profunda admiração por ele e uma grande admiração pelo governador Geraldo Alckmin. Portanto, respeito bastante a posição do ex-presidente e muito a posição do governador, a disposição em ser pré-candidato a presidente pelo PSDB. Eu não me coloco como candidato, então falo isso muito à vontade. Estou aqui como prefeito de São Paulo e vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Alckmin e Fernando Henrique são dois extraordinários nomes.

O senhor defende a permanência do PSDB no governo Temer?

Defendo o bem do Brasil. A partir de agora é preciso ter preocupação com o povo brasileiro. As questões ideológicas e partidárias merecem preocupação, mas nesse momento, a meu ver, a prioridade são os 14 milhões de desempregados e os 7 milhões de subempregados. Portanto, são 21 milhões de pessoas num flagelo social. É preciso olhar para esse povo e garantir políticas públicas que gerem empregos, oportunidades. Se o Brasil não tiver estabilidade econômica não haverá paz social. É um risco que não podemos correr.

O senhor chegou a conversar sobre questões partidárias com o governador Paulo Hartung?

Conversei. É um bom interlocutor, um homem correto, honesto, uma das melhores figuras políticas do país. Falamos sobre a política nacional, PSDB… não cabe a mim, mas disse da alegria que seria se ele avaliasse, no futuro, integrar o partido. Não cabe a mim fazer o convite, mas pelo respeito que tenho por ele e por sua trajetória, ficaria muito feliz em vê-lo inserido na seara tucana.

O senhor não se coloca como pré-candidato, mas suas viagens pelo país, a exemplo desta, têm gerado críticas à sua ausência na Prefeitura de São Paulo, como se estivesse em pré-campanha. Teme que essa agenda arranhe sua imagem?

Não, de forma alguma. Sou um gestor moderno, sou participativo. Temos uma boa equipe e uma gestão descentralizada. As pessoas antigas é que têm a ideia de que as coisas só andam bem quando se está presente. Quando você monta uma boa equipe, você delega e cobra o cumprimento de deveres. Como vice-prefeito da FNP me cabe conhecer bem a realidade dos municípios. Ademais, sou brasileiro e educado; vim a Vila Velha receber uma homenagem, e não se recebe homenagem à distância. Isso faz parte da política de boas relações da maior cidade do país, que é São Paulo.

O senhor repete que não é pré-candidato, mas caso os ventos mudem e o senhor assuma essa condição, gostaria de ter o governador Paulo Hartung como companheiro de chapa?

Agradaria a qualquer pessoa de bem que pudesse disputar a Presidência da República ter alguém do quilate de Paulo Hartung compondo uma chapa presidencial. É um nome qualificado para qualquer posição. É um dos melhores nomes que a política brasileira produziu nos últimos 20 anos. Não tenho dúvidas de que o futuro lhe reserva bons caminhos e algo à altura do que representa sua biografia.

O senhor conversou recentemente com o senador Romero Jucá, presidente do PMDB, com Rodrigo Maia, presidente do DEM… há expectativa de deixar o PSDB?

Isso não está no meu radar.

Como o senhor avalia a questão da economia para este ano e para o ano que vem?

Está melhorando. Aliás, temos que fazer a defesa da economia brasileira e do bom trabalho que o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) vem desempenhando. Os caminhos estão acertados, a política fiscal também. Quero cumprimentar o governo pela acertada decisão de privatizar a Eletrobrás. O Estado precisa ser menor para ser eficiente. Medidas como essa são alentadoras e positivas para o país e para os investidores.

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