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Em 12 dias, mortes mais que dobram em Minas e casos de Covid-19 aumentam 75%

As mortes pelo novo coronavírus em Minas Gerais aumentaram 106% nos últimos 12 dias, segundo a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais). No dia 15 de abril, o Estado registrava 30 óbitos e, agora, em boletim desta segunda-feira (27), o número chegou a 62 mortes. O BHAZ entrevistou um infectologista que explicou que a hora é de manter o isolamento.

O número de pessoas contaminadas, no dia 15, era de 903. No boletim desta segunda-feira, os infectados passaram para 1.586, o que representa um aumento de 75%. A cidade mais atingida segue dendo Belo Horizonte, com 548 casos confirmados e 11 mortes.

Os homens ainda são a maioria das mortes, com 32 óbitos. Além disso, 79% dos casos que evoluíram para óbito são entre pessoas com 60 anos ou mais. Metade das mortes eram de pessoas com hipertensão, sendo 85% de todos os casos de pessoas com algum fator de risco.

COES MINAS/SES-MG

Minas de parabéns, mas não pode relaxar

O infectologista Leandro Curi explica que a população mineira deve ser parabenizada. “Minas Gerais conseguiu iniciar o isolamento social de forma rápida e eficaz, é preciso valorizar essa conquista. Contudo, não é hora de relaxar. O pico da epidemia passou de abril para maio, depois para junho, graças a grande adesão ao distanciamento social. É preciso que as pessoas continuem em casa”.

Segundo o médico, o vírus ainda está no controle da situação. “Não podemos achar que, só porque a situação de Minas Gerais está melhor que em outros estados, que está tudo bem. Cada dia que ficamos mais presos em casa, diminui dramaticamente a taxa de transmissão”, continua.

A transmissão acontece em progressão geométrica, de acordo com o médico. “Caso Minas Gerais continue se comportando dessa maneira, respeitando o isolamento, sem afrouxar, os casos continuarão crescendo dessa forma, até atingir o pico. Se o isolamento acabar, poderemos esperar um cenário drástico e o colapso no sistema de saúde”.

Testes em massa são necessários

O profissional ainda relata que, mesmo quem já pegou e se curou da doença, deve continuar alerta. “Ainda não sabemos se estaremos imunes após a infecção viral, não há nada que comprove essa hipótese. O isolamento social ainda é a medida preventiva mais eficaz, aliada a higienização correta das mãos”, reforça.

Outro passo que precisa ser dado é o teste em massa da população. “Muitas pessoas assintomáticas estão andando pelas ruas, contaminando outras pessoas sem nem saber. Por enquanto, os testes estão muito restritos. Quando tivermos testes para a população em geral, veremos os números saltarem drasticamente”, explica o médico.

“É importante os governantes avaliarem bem esse ‘relaxamento’. Se sairmos do isolamento e voltarmos ao normal, quando a situação piorar, poderá ser tarde demais. Nunca precisamos ser tão unidos, separadamente”, completou o médico.

Fonte: BHAZ

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