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Empresário que fabricava fios irregulares é mantido preso por tentar atrapalhar investigações

Um empresário da Praia do Canto, em Vitória, que é dono da empresa Luzzano, investigada pela fabricação de fios irregulares, foi alvo de mais um mandado de prisão por tentar atrapalhar as investigações relativas ao caso. Ele, que já estava preso desde agosto de 2021, deverá continuar na prisão.

Além disso, um comerciante do bairro Vale dos Reis, em Cariacica, que continuava a comercializar a fiação da marca Luzzano, também foi detido. Ele assinou um termo circunstanciado e foi liberado.

O caso da produção e comercialização de fios irregulares é investigado no âmbito da operação Elétron, da Polícia Civil. As novas informações foram dadas nesta segunda-feira (7) em uma coletiva de imprensa realizada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), já que o fato também é acompanhado pela Comissão de Defesa do Consumidor da casa de leis, assim como pelo Instituto de Peso e Medidas do Espírito Santo (Ipem).

De acordo com o delegado da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, Eduardo Passamani, o comerciante de Cariacica disse que sabia sobre o problema com os fios da Luzzano, mas achou que não havia problema em vendê-los. No local, havia cerca de 500 metros de fiação da marca.

Nesta fase da operação, foram feitas coletas e análises de fios em quatro condomínios da Grande Vitória (um deles da Serra e os outros três de Vila Velha), cujas construtoras usaram a fiação da Luzzano. Todas as amostras analisadas estavam em desacordo com as normas técnicas, conforme apontam os laudos do Ipem.

Segundo os órgãos de investigação, a situação pode elevar o consumo de energia e também colocar em risco a vida dos moradores.

“São cabos com menos cobre que o devido, gerando aumento de consumo de energia e risco de incêndio”, detalhou o delegado Passamani.

O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor, deputado Vandinho Leite, disse que os síndicos dos condomínios relatam que muitos eletrodomésticos queimaram.

Já o agente fiscal do Ipem, Luiz Filipe Langoni, diz que há indicativos de que as construtoras tinham conhecimento do problema com os fios. Por esse motivo, elas estão sendo investigadas.

“Do padrão da Edp (concessionária de energia) até a distribuição foi usado um fio bom. Nessa parte, se pegasse fogo, seria responsabilidade da construtora. Mas, da distribuição para os apartamentos, eram empregados os fios irregulares da Luzzano, comprados com diferença de preço de até 40% em relação aos outros.

Operação identificou risco de incêndio em prédios

 

Durante a Operação Elétron, as investigações apontaram que a marca Luzzano, que era sediada na Serra e atualmente está fechada, usava menos matéria prima para a produção dos cabos. A polícia descobriu que a empresa também usava material proibido, como fios de alumínio revestidos de cobre, e que oferece mais riscos de superaquecimento da rede elétrica.

“A fraude consistia em colocar menos cobre do que o devido. Esse novo material não tem identificação do fabricante, não tem a espessura do cabo e ele usa um material que é o alumínio, que é um material muito pior, que apresenta uma série de problemas com relação à condução elétrica. Então, ele não é permitido para instalação predial residencial ou de grande circulação de pessoas”, explicou o delegado Eduardo Passamani.

Por conta do uso dos fios da marca, prédios públicos precisaram ser interditados, como é o caso do Pronto Atendimento (PA) e da Unidade de Saúde (US) do bairro Flexal, em Cariacica.

Fonte:G1ES.

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