Bananal Online

Energia roubada no ES poderia abastecer Vila Velha por um mês. Saiba os riscos de praticar ‘gato’

A EDP, que distribui energia elétrica para 70 municípios do Espírito Santo identificou, em 2021, quase 14 mil irregularidades de energia em residências, comércios e indústrias no estado.

Os crimes de furto de energia, popularmente conhecido como “gato”, foi responsável pelo roubo de 82 mil megawatts/hora. Segundo a concessionária, a quantidade de energia é suficiente para abastecer uma cidade do tamanho de Vila Velha por um mês.

Ainda segundo a EDP, o desvio de energia, além de perigoso, contribui para o aumento de preço das contas de luz de todos os consumidores.

Questão econômica

A elevação destes valores acontece visto que a quantidade de energia perdida por fraude e os custos para identificar e impedir as irregularidades, são considerados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para estabelecer o valor da tarifa de energia para cada área de concessão.

Outra consequência causada pela irregularidade é na arrecadação dos impostos pelo Estado. O governo estadual cobra, por meio da conta de luz, o Imposto Sobre Comercio e Serviço (ICMS). Estes valores, na prática, podem ser usados em benefícios para toda a população.

Riscos

Além do impacto financeiro, os furtos e fraudes de energia pioram a qualidade do serviço prestado. As ligações clandestinas sobrecarregam as redes elétricas, deixando o sistema de distribuição mais suscetível a interrupções e oscilações no fornecimento de energia.

“Em muitos casos, fraudes ou ligações clandestinas são feitas de forma precária, sem respeitar regras de segurança e padronização, o que acaba por aumentar e muito o risco de ocorrência de incidentes e acidentes, tanto para o fraudador, quanto para a comunidade ao redor da fraude”, destaca Vanessa Lugon, gestora executiva da EDP.

Segundo a Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia (ABRADEE), ligação clandestina é quarta maior causa de morte no país relacionada à energia elétrica.

Questão social

A concessionária também informa não haver um perfil específico de quem faz gato. Eles estão em residências, no comércio e na indústria, sendo feitos na periferia, na classe média e também em áreas nobres.

Para o líder comunitário no bairro São Benedito, em Vitória, Valmir Dantas, a irregularidade pode ser reflexo de um problema social. “A maioria da nossa população hoje, está mais empobrecida. Por falta de emprego, atividades econômicas, então, isso acarreta na questão de desviar energia elétrica”, disse.

“O preço, cobrado hoje pela energia elétrica, é um preço absurdo. E essa população não tem condições de pagar,” continuou o líder comunitário.

O gestor da EDP, Luciano Falce, informa que o consumidor carente tem acesso ao programa Tarifa Social e, segundo ele, há a possibilidade de descontos de até 65%.

“O consumidor, que tiver o direito e o Cadastro Único (Cadúnico) atualizado, é só buscar a EDP e pedir o seu direito da Tarifa Social. Com essa tarifa, pode ter um desconto de 65% na conta de energia elétrica”, informou Luciano.

É importante ressaltar que o crime é passível de multa e prisão de um a quatro anos para o infrator.  Após o flagrante, o responsável pelo gato é convidado a participar da apuração da energia furtada junto dos técnicos especialistas da empresa e, conforme as regras da Aneel, é realizado a cobrança de todo o valor não faturado durante o período do furto.

Com intuito de diminuir cada vez mais a prática, a EDP pede que a população contribua por meio de denúncias  às ligações irregulares.

Como denunciar irregularidades

>> Site EDP Online

>> Aplicativo EDP Online (compatível com as plataformas Android e iOS).

>> Agências de atendimento (o endereço de cada ponto pode ser encontrado no site EDP Online).

> Central de Atendimento ao Cliente: 0800 721 0707 (ligação gratuita, 24 horas/sete dias por semana).

Fonte: Folha Vitória

Sair da versão mobile