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Espírito Santo é o segundo estado com maior índice de mortes de jovens no Brasil
O Espírito Santo é o segundo estado mais violento do Brasil para crianças e jovens de até 19 anos, segundo estudo divulgado pela Fundação Abrinq nesta terça-feira (24). No Brasil, a taxa é de 18,4%.
De acordo com a pesquisa, 23,8% dos homicídios cometidos no estado em 2016 vitimaram menores de 19 anos de idade. Apenas o estado do Amapá fica na frente, com 26,6%. No Brasil, a taxa é de 18,4%.
Os outros piores índices são de Alagoas (23,7%), Distrito Federal (22%), Acre (21,9%) e Bahia (21,2%). Rondônia é o estado com o melhor índice, apenas 10,8% dos homicídios de 2016 foram entre menores de 19 anos.
Homicídios de menores de 19 anos em 2016
Localidade | até 19 anos | Homicídios em geral | % de jovens |
Amapá | 101 | 379 | 26,60% |
Espírito Santo | 298 | 1254 | 23,80% |
Alagoas | 432 | 1820 | 23,70% |
Distrito Federal | 167 | 758 | 22,00% |
Acre | 79 | 361 | 21,90% |
Bahia | 1298 | 6111 | 21,20% |
Rio de Janeiro | 826 | 3903 | 21,20% |
Ceará | 661 | 3212 | 20,60% |
Rio Grande do Norte | 377 | 1850 | 20,40% |
Paraíba | 269 | 1351 | 19,90% |
Sergipe | 287 | 1460 | 19,70% |
Goiás | 561 | 3006 | 18,70% |
Piauí | 129 | 695 | 18,60% |
Brasil | 10676 | 57962 | 18,40% |
Minas Gerais | 835 | 4537 | 18,40% |
Pernambuco | 775 | 4380 | 17,70% |
Tocantins | 101 | 574 | 17,60% |
Pará | 731 | 4195 | 17,40% |
Roraima | 34 | 196 | 17,30% |
Rio Grande do Sul | 544 | 3218 | 16,90% |
Amazonas | 243 | 1440 | 16,90% |
Paraná | 496 | 3064 | 16,20% |
Maranhão | 386 | 2404 | 16,10% |
Santa Catarina | 146 | 980 | 14,90% |
Mato Grosso | 173 | 1169 | 14,80% |
São Paulo | 569 | 4275 | 13,30% |
Mato Grosso do Sul | 82 | 668 | 12,30% |
Rondônia | 76 | 702 | 10,80% |
No Espírito Santo, a cada 100 mil habitantes, 23,7 crianças e jovens foram vítimas de homicídio. A taxa também é maior que a média brasileira, que é de 15,7.
Em 20 anos, o crescimento do número de homicídios contra essa parte da população cresceu aproximadamente 75% no Estado. Se comparado ao ano de 1990, quando o número de crimes desse tipo foi 97, o crescimento foi de cerca de 207%.
Entretanto, o número referente a 2016 é o menor desde 2003, quando foram registrados 290 crimes desse tipo contra vítimas dessa etária.
Homicídios segundo cor e raça
O estudo também aborda o número de crimes contra crianças e adolescentes levando em consideração quesitos como cor, raça e sexo.
Dos 298 homicídios em 2016, a maioria, 218, foram cometidos contra crianças e jovens de cor parda. Negros totalizaram 35 vítimas. Já as vítimas classificadas como brancas foram 21 em 2016.
Se comparados com os dados de 1997, os homicídios contra crianças e jovens pardos aumentou cinco vezes. Já os crimes desse tipo contra negros mais que triplicou.
Estupro
Com relação ao número de casos notificados de estupro contra crianças e adolescentes, os dados mais recentes são de 2014. Naquele ano, foram 226 crimes desse tipo contra jovens de 0 a 19 anos. A maior parte das vítimas tinha entre 10 e 14 anos.
Entre 2011 e 2014, os casos de estupro cresceram cerca de 169%, passando de 84 para 226.
Retrato da Infância no Brasil
- 40,2% vivem em situação de pobreza
- Quase 4 milhões moram em favelas
- 17,5% das adolescentes já são mães
- 1/3 dos bebês não tiveram pré-natal adequado
- 2,5 milhões de crianças trabalham
- 12,5% têm altura baixa para a idade
- 15% dos alunos abandonaram o Ensino Médio
- 20% das vítimas de homicídios tinham até 19 anos
Pesquisa
Esta edição do Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil reúne mais de 20 indicadores sociais relacionados às crianças e adolescentes, como mortalidade, nutrição, gravidez na adolescência, cobertura de creche, escolaridade, trabalho infantil, saneamento básico, acesso a equipamentos de cultura e lazer, violência, entre outros.
Desta vez, os indicadores foram relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas, compromisso global do qual o Brasil é signatário para a promoção de desenvolvimento justo, inclusivo e sustentável até 2030.
Governo
O G1 procurou o Governo do Estado do Espírito Santo através das Secretarias de Comunicação (Secom), Segurança (Sesp) e Direitos Humanos (SEDH), mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.
fonte:g1