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Especialista em crime contra chineses é preso no Estado

Um homem suspeito de fazer parte de uma quadrilha especializada em crimes contra chineses foi preso, na tarde desta quinta-feira (11), após invadir, junto com outras três pessoas, a casa de mais uma vítima e furtar cerca de R$2 mil. José Carlos Cumbe dos Santos foi preso por volta das 16h30, no bairro Glória, em Vila Velha.

A vítima, que é dona de uma lanchonete, contou à reportagem que quatro homens entraram no estabelecimento e pediram muitos pastéis e outros tipos de comida. Essa seria, segundo informações da Guarda municipal, uma estratégia para distrair a vítima e invadir a residência dela, que fica no segundo andar.

Enquanto preparava os alimentos, a mulher ouviu um barulho. Quando subiu à casa, observou que a porta estava lacrada com cola. Foi então que a mulher percebeu que havia sido vítima de um furto. O marido dela gritou “pega ladrão!”. Os gritos foram ouvidos por guardas municipais que faziam patrulhamento perto dali e prenderam o suspeito.

Em conversa com os guardas, José Carlos confessou o furto e disse ser especializado em crimes contra a comunidade chinesa. Segundo o inspetor Salomão, o homem teria chegado de São Paulo no dia anterior. As vítimas dizem que ele invadiu pelo menos seis residências em dois dias.

Em São Paulo, José Carlos já foi preso por golpes contra chineses. Na ocasião, ele foi acusado de se passar por policial federal para extorquir as vítimas. Ele tem quatro passagens pela polícia por estelionato.

Pessoas da comunidade chinesa no Estado relataram que mais de 10 casas foram invadidas desde o ano passado, na Grande Vitória, em Cachoeiro, Guarapari e Linhares. As vítimas acreditam que os crimes foram cometidos pelas mesmas pessoas e não descartam a hipótese de haver algum colaborador chinês entre os criminosos.

Tudo que foi apreendido com o homem (Foto: Divulgação/Guarda Municipal de Vila Velha)

Uma estudante de medicina de 20 anos, que pediu para não ser identificada, contou que a família dela mora no Estado desde que ela nasceu.

A jovem também teve a casa invadida, em fevereiro deste ano. Ela diz que os parentes e amigos chineses e descendentes que moram aqui têm se sentido frustrados com a situação.

“Eu quase desisti de estudar aqui, por causa das perdas materiais, que nos desanimaram um pouco. As pessoas acham que quando você é de fora, podem fazer o que quiser, que sairão impunes”, desabafou. Um outro comerciante chinês de 47 anos, que pediu para não ter o nome revelado, também já teve a casa invadida.

Ele entrou em contato com o consulado chinês, no Rio de Janeiro. “Eles vão tentar nos ajudar”, afirmou. O comerciante contou que o Espírito Santo é um lugar bom para morar e que aqui conseguiu trabalhar e criar os filhos, mas se sente entristecido com os crimes que estão afetando a comunidade. “É ruim não conseguir trabalhar direito. O movimento já está fraco, a gente ainda tem que se preocupar em vigiar a loja. Eles não têm medo de nada”.

O suspeito foi levado para a 2ª Delegacia Regional de Vila Velha. Até o fechamento desta edição, a ocorrência ainda estava em andamento e não havia informação sobre a autuação dele.

Fonte: Tribuna

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