Bananal Online

Espirito Santo tem Homens caindo no golpe do vídeo erótico

Claudia Dematté. Foto: Dayana Souza/Arquivo AT

Golpistas estrangeiros, a partir de redes sociais, estão extorquindo homens da Grande Vitória. Eles se passam por mulheres, e durante as conversas obtêm fotos ou vídeos íntimos das vítimas, e pedem até R$ 10 mil para que o conteúdo não chegue às famílias dos chantageados.

A modalidade é um novo tipo de ataque da Máfia Nigeriana e de bandidos da Costa do Marfim, ambos do continente africano.

Segundo a titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Eletrônicos (DRCE), delegada Cláudia Dematté, dois homens já registraram queixas semelhantes em menos de um mês.

“Os scammers (bandidos que atacam dessa forma) se passam por pessoas do sexo feminino e são altamente sedutoras, convincentes. Em geral, estudam as suas vítimas, buscam perfis de homens que sejam casados, noivos ou que estejam em algum compromisso sério”, afirma a delegada.

Para seduzir as vítimas, o criminoso (que pode ser um homem ou até mesmo uma mulher cooptada para a quadrilha) apresenta-se como solteira, diz que está há pouco no tempo no Brasil e que busca novos relacionamentos. Em geral, as conversas são feitas com auxílio de tradutores on-line.

Elas, então, encaminham uma solicitação de amizade pelo Facebook para homens com o perfil por elas escolhido, em geral, casados. “Homens solteiros também, mas que apresentem em seu perfil a relação dos seus familiares, por
exemplo, para depois elas(eles) poderem iniciar o processo de chantagem contra a vítima”, diz a delegada.

Ao ser construída uma relação de confiança, segundo a delegada, mensagens mais “provocativas” começam a ser trocadas, inclusive com proposta de sexo virtual.

Quando há o consentimento, bandidos usam vídeos/fotos gravados ou então mulheres cúmplices atuam para que a vítima se exponha e, então, consigam as imagens para extorsão.

Quando conseguem essas imagens íntimas, os criminosos passam a chantagear suas vítimas, alegando que vão divulgar para pessoas próximas/parentes. E para não publicar, pedem quantias de até R$ 10 mil que deverão ser transferidas via agência de câmbio, o que dificulta o rastreamento, como aconteceu com um homem da Grande Vitória.

Segundo a delegada, uma vítima chegou a transferir parte da quantia – que não foi revelada -, mas percebeu que havia algo errado a tempo. Entretanto, os bandidos não foram localizados.

Vergonha impede denúncias à polícia

A polícia não descarta que haja mais casos semelhantes ocorrendo com homens da Grande Vitória, segundo a titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Eletrônicos, Cláudia Dematté. Vergonha é um obstáculo efetuar denúncias.

“Já recebemos diversas ligações de homens que foram vítimas e afirmam que sentem vergonha de comparecer à delegacia para a realização do registro. Depois que são vítimas do golpe, a maioria dos homens sente vergonha, e, por vezes, não procuram a Polícia Civil para registrar o boletim de ocorrência, acabando assim, subnotificando os  fatos”, explicou a delegada.

Cláudia Dematté apontou que esses criminosos, em geral, se valem da carência afetiva e emocional das vítimas para aplicar golpes.

Não são só homens que são vítimas de golpes do amor nas redes sociais. Há casos de mulheres que perderam até R$ 50 mil, como A Tribuna publicou em 10 de abril de 2017. Se com homens há a chantagem quanto às imagens íntimas, com elas os criminosos se utilizam de pedidos de ajudas.

Segundo a delegada, uma idosa do Estado fez vários depósitos, chegando a perder R$ 50 mil, acreditando ajudar um grande amor, um falso general americano, que estava em uma guerra no Oriente Médio. O charlatão alegava que
precisava da quantia porque não tinha acesso ao dinheiro dele.

A delegada afirmou que é necessário cuidados para não cair nesse tipo de crime. “As pessoas devem sempre desconfiar no ambiente virtual de solicitações de amizade de pessoas desconhecidas”, frisou.

 

Reportagem de Rafael Moura

Sair da versão mobile