Mais de uma semana após enterrar o único filho, Mônica Costa conta que já viveu a 1ª fase do luto e agora sofre com a saudade. Soldado foi baleado na cabeça e morreu após uma semana no hospital.
” Estou entrando na fase mais difícil”. A afirmação é da mãe do soldado Mello, da Polícia Militar, que morreu após ser baleado na cabeça em um atentado no dia 20 de março, em São Torquato, Vila Velha. Mais de uma semana após enterrar o único filho, Mônica Costa conta que já viveu a primeira fase do luto e agora sofre com a saudade.
Afonso Miller Costa de Mello, conhecido na PM como soldado Mello, ficou internado durante uma semana na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Lucas, em Vitória, em estado gravíssimo. Durante esse período, a polícia prendeu os suspeitos do crime.
A mãe contou que tinha esperanças de que ele continuaria vivo e que durante a internação houve uma melhora, em que o filho começou a responder a estímulos. Mas acabou enfraquecendo por causa de uma pneumonia e morreu na noite de 27 de março.
“Eu tinha certeza de que ele ia continuar. Independente de como ele ficasse, eu queria ele”, falou a mãe.
Para Mônica, agora chegou a fase mais sofrida do luto. “A saudade tá apertando muito. Sinto aquela falta das mensagens, do bom dia, das ligações. Agora que vai ser mais difícil. Já passei por uma fase muito difícil, lógico, mas por saber que ele não está aqui mais, é mais complicado ainda.”
O soldado fazia faculdade de direito e planejava se casar em breve. A mãe contou que o filho que ele sonhava ter já tinha até nome: Guilherme. Para Mônica, as escolhas que Afonso fazia na vida sempre eram motivo de orgulho.
“Ele mesmo fez uma publicação ano passado bem assim: ‘mãe, todos nós temos uma base e eu sou o que sou graças à você'”, lembrou, emocionada.
Por querer tanto ter o filho sempre perto, a mãe tatuou o nome dele cinco anos atrás, sem imaginar que tão cedo seria separada dele. Ainda assim, agradece pelos anos que viveram juntos.
“Tenho certeza que meu filho está num lugar maravilhoso por ter sido quem ele foi e também por eu ter pedido isso para Deus, ele ainda em vida. Eu segurava a mãozinha dele no meu coração e pedia perdão pelos pecados dele. Todos nós somos pecadores. Como mãe, acho que eu tinha esse poder de interceder por ele. Acho que ele está em paz”, finalizou.
O corpo do soldado foi velado no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar, em Vitória, e depois seguiu em cortejo até o distrito de Itapina, em Colatina, Noroeste do Espírito Santo, onde foi enterrado no dia seguinte.
