“Essas crianças estão abandonadas no país por causa das ações do governo, e ainda assim a administração não fez aparentemente nada para facilitar a sua reunificação”, afirmaram os representantes da ACLU

“Essas crianças estão abandonadas no país por causa das ações do governo, e ainda assim a administração não fez aparentemente nada para facilitar a sua reunificação”, afirmaram os representantes da ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis, na sigla em inglês), que moveu a ação.
O governo informou que está trabalhando para localizar os pais em seus países de origem, para então determinar como será feita a reunificação das famílias.
Os advogados do governo também argumentaram que é preciso tempo para obter os documentos de viagem das crianças, além da autorização de um juiz de imigração – já que muitas podem ter conseguido status legal no país, a despeito da deportação dos pais.
A administração disse que conseguirá reunir apenas 55 crianças, no máximo, até o prazo limite desta terça – pouco mais da metade dos 102 menores com até cinco anos que foram separados dos pais ao cruzarem ilegalmente a fronteira dos EUA com o México.
As outras crianças ainda aguardam a conclusão de testes de DNA e checagem de antecedentes criminais dos pais e adultos que serão responsáveis por sua guarda nos EUA.
Porém, 27 delas não poderão ser reunidas imediatamente aos pais: alguns dos adultos têm antecedentes criminais, outros dez continuam detidos em presídios federais ou estaduais (que não podem abrigar crianças) e, em um caso, os pais ainda não foram localizados.
O governo argumentou que está cumprindo a ordem judicial, e que, nos casos em que não haverá reunião familiar hoje, há “impedimentos logísticos” que fogem da competência da administração.
A ACLU criticou a falta de comunicação do governo com os pais, e disse que, no caso dos pais deportados, espera ver as crianças reunidas em, no máximo, sete dias.
O juiz Dana Sabraw deve decidir nesta terça se amplia ou não o prazo para a reunificação das demais crianças. Menores com mais de cinco anos devem ser reunidos aos pais até o dia 26 de julho.
A separação das crianças imigrantes de seus pais é resultado da política de tolerância zero do governo Trump à travessia ilegal da fronteira. Adultos têm sido processados criminalmente pela prática, e enviados a prisões – que não podem receber crianças.
Desde abril, cerca de 2.000 menores imigrantes foram enviados a abrigos nos EUA.