O ex-primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, que contrariou em outubro de 2017 a tentativa de independência na Catalunha, vai prestar depoimento em 27 de fevereiro como testemunha no julgamento de 12 dirigentes separatistas.
O Tribunal Supremo justificou com o atraso das audições a alteração da data prevista inicialmente para este depoimento, que era a 26 de fevereiro, fixando-a agora para as 16h00 (15h00 em Lisboa) de 27 de fevereiro próximo.
No mesmo dia irão também testemunhar o atual presidente do parlamento catalão, Roger Torrent, e Soraya Saénz de Santamaría, que era vice-primeira-ministra de Mariano Rajoy.
O ex-chefe do Governo espanhol decidiu, em 27 de outubro de 2017, intervir diretamente na administração da Catalunha, demitindo o executivo regional dirigido por Carles Puigdemont, que atualmente está na Bélgica fugido à justiça espanhola.
O julgamento dos 12 dirigentes independentistas catalães iniciou-se na terça-feira da semana passada e deverá demorar três meses, com a sentença a ser conhecida antes das férias de verão, segundo previsão feita pelo tribunal.
O julgamento está a ser transmitido em direto pela televisão e a ser seguido por mais de 600 jornalistas e 150 meios de comunicação social espanhóis e estrangeiros.
O Ministério Público pediu penas que vão até 25 anos de prisão contra os acusados, por alegados delitos de rebelião, sedição, desvio de fundos e desobediência.
O principal acusado no julgamento dos independentistas catalães, o ex-vice-presidente do governo regional Oriol Junqueras, disse na semana passada em tribunal que se considera um “prisioneiro político” que está a ser julgado pelas suas ideias.
No banco dos réus estão também vários ex-membros do antigo executivo regional, a antiga presidente do Parlamento catalão e os dirigentes de duas poderosas associações cívicas
A figura principal da tentativa de independência, o ex-presidente do Governo regional catalão Carles Puigdemont, que fugiu para a Bélgica, é o grande ausente neste processo, visto que Espanha não julga pessoas à revelia em delitos com este grau de gravidade.
Após realizar a 1 de outubro de 2017 um referendo sobre a independência proibido pela justiça, os separatistas catalães proclamaram a 27 de outubro do mesmo ano uma República catalã independente, decisão que levou o executivo de Rajoy a destituir Carles Puigdemont e a dissolver o parlamento regional.
FONTE:NOTICIA AO MINUTO