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Falta de ar: quando é cansaço e quando pode ser uma doença respiratória?

Você provavelmente conhece alguém que reclame de falta de ar ao praticar atividades do dia a dia. A sensação de desconforto ao respirar, chamada de dispneia, pode vir de questões físicas, emocionais, assim como de situações ambientais e sociais.

“Esta queixa é frequentemente associada à falta de condicionamento físico, o que pode ser resolvido com a mudança de hábitos e atividades físicas rotineiras. No entanto, às vezes pode ser um sintoma de doenças respiratórias e, por isso, não podemos deixar de lado”, explica o diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, Mauro Gomes.

Ao examinar o paciente, o pneumologista avalia a saúde dos pulmões em exame clínico e, quando necessário, recorre a exames complementares, como radiografia do tórax, espirometria ou até mesmo biopsia em casos selecionados. Por meio destes testes, o especialista pode detectar doenças como a Asma e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), ambas mais comuns, e a Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI), doença rara que provoca o enrijecimento progressivo dos pulmões, tornando-os mais duros e menos elásticos, o que é causado pela formação de cicatrizes (fibrose).

Foto: Divulgação / Pexel

A confusão causada pela falta de ar, sintoma que muitas vezes é negligenciado por pacientes e familiares, é um dos principais desafios para o diagnóstico. O cansaço constante para realizar atividades rotineiras, como cozinhar, subir um lance de escada ou passear com o cachorro, pode ser um sinal de alerta para investigação de FPI. “Além da dificuldade de recuperar o fôlego durante essas atividades, os pacientes apresentam tosse seca constante e falta de ar, que costumam ser relatados no consultório como um simples cansaço ou problema pontual”, explica Mauro Gomes.

Esses sintomas são facilmente confundidos com os de outras doenças cardíacas e respiratórias, tornando o diagnóstico muito complexo. “Além disso, a FPI atinge principalmente pessoas com mais de 50 anos de idade. Por isso, muitas delas acreditam que o cansaço faz parte do envelhecimento”, sinaliza o especialista.

A FPI ainda não tem causa conhecida, mas estudos apontam alguns elementos que podem levar ao desenvolvimento da doença. Tabagismo, exposição a diversos poluentes, refluxo gastroesofágico, infecção viral crônica e até fatores genéticos são alguns exemplos. Como uma fibrose pulmonar, a doença é difícil de ser diagnosticada, e mais da metade dos pacientes demoram mais de 1 ano para receber o diagnóstico correto.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado e contínuo são os itens fundamentais para o paciente manter sua rotina, no trabalho e com a família. Aprovado pela ANVISA em 2015, o medicamento antifibrótico nintedanibe, tem a capacidade de desacelerar a perda de função pulmonar em até 50%e diminuir as crises de piora súbita, retardando a progressão da fibrose do tecido pulmonar.

Fonte: Folha Vitória

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