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FAQs: perguntas e respostas sobre o contrato de patrocínio máster do Banco BMG ao Corinthians

Além de receber por anúncio na camisa, Timão terá direito a 50% de lucros de banco digital

O Corinthians voltou a ter um patrocínio máster depois de quase dois anos. O acerto com o Banco BMG, porém, levantou dúvidas e questionamentos em parte da Fiel torcida.

Quanto o Corinthians ganhará com a parceria? Qual a duração do contrato? O patrocinador pode ajudar na contratação de reforços?

Para entender melhor o acordo entre o Timão e o BMG, o GloboEsporte.com apresenta abaixo em FAQs, um acrônimo da expressão inglesa “Frequently Asked Questions” (Respostas Para Perguntas Frequentes, em tradução livre), tudo o que você precisa saber para entender a parceria. Confira:

Quanto o Corinthians receberá do BMG?

O valor do patrocínio é de R$ 12 milhões por ano.

O Timão, porém, espera ganhar muito mais com participação nas receitas do “Meu Corinthians BMG”, banco digital que será lançado entre o fim de fevereiro e o início de março. O clube terá direito a 50% do lucro líquido desta empresa.

Na última semana, o presidente Andrés Sanchez prometeu surpresas à torcida se 200 mil contas forem abertas no “Meu Corinthians BMG” e declarou que o valor do acordo é “incalculável”. Luis Paulo Rosenberg, por sua vez, falou que “este número pode chegar a R$ 50 (milhões), a R$ 70 (milhões)”.

Em nota, o Timão informou que “as projeções conservadoras de resultado final da associação já no primeiro ano de contrato colocam 30 milhões como piso”.

Quanto o Timão já ganhou?

O banco pagou R$ 30 milhões de forma antecipada ao Corinthians. Este valor é referente a dois anos de contrato de patrocínio (R$ 24 milhões) e uma antecipação de R$ 6 milhões de receitas do “Meu Corinthians BMG”.

Tanto clube como BMG não confirmam, mas se o banco digital não render estes R$ 6 milhões de lucro, o Timão terá de devolver a diferença entre o que foi antecipado e o que, de fato, terá direito após dois anos.

Qual o tempo de contrato?

Inicialmente, foi anunciado que o acordo tem duração de cinco anos. Porém, depois o Corinthians informou que a parceria será analisada após dois anos, quando o contrato pode ser interrompido.

Como funcionará o “Meu Corinthians BMG”?

Será um banco digital, que deve oferecer cerca de 25 produtos aos clientes, como contas, títulos de renda fixa, seguros, entre outros.

O aplicativo ainda está em desenvolvimento e será lançado em aproximadamente um mês.

O BMG ajudará o clube a contratar jogadores?

Essa possibilidade foi negada tanto pelo banco quanto pelo clube. Em entrevista na semana passada, Andrés Sanchez, foi enfático:

– O BMG não tem participação nenhuma em jogadores nem hoje nem no futuro.

O BMG pode comprar os naming rights da Arena?

Assunto recorrente sempre que o Corinthians negocia com novos patrocinadores, mas não será dessa vez que a Arena Corinthians será renomeada. As duas partes negam que essa possibilidade esteja em discussão.

Quanto o Timão recebia do último patrocinador máster?

A Caixa Econômica Federal, que deixou a camisa alvinegra em abril de 2017, pagava R$ 30 milhões por temporada ao Corinthians.

O BMG patrocina outras equipes?

O Atlético-MG já estampou a marca do BMG na camisa nos primeiros jogos desta temporada, mas ainda não houve uma apresentação formal do acordo. A expectativa é que ele tenha modelo semelhante ao do Corinthians.

O banco confirmou a intenção de patrocinar pelo menos mais uma equipe brasileira.

O BMG é dono de um clube de futebol?

O Coimbra-MG, clube da segunda divisão mineira, é controlado por um fundo de investimentos operado pelo grupo BMG e por dirigentes do banco. O Coimbra, fundado em 2006, por muito tempo foi utilizado para registrar jogadores que pertenciam ao banco – algo proibido pela Fifa há quatro anos.

Jogadores como Bruno Henrique (hoje no Palmeiras), Diogo Barbosa (Palmeiras), Marquinhos Gabriel (Cruzeiro), Ricardo Goulart (Palmeiras) e Paulinho (Guangzhou Evergrande) já foram registrados no Coimbra, ainda que nunca tenham entrado em campo pela equipe.

Eram negociações que podiam ser caracterizadas como transferências-ponte, que são também são proibidas pela Fifa e podem gerar punições aos clubes envolvidos.

Esse modelo, aparentemente, foi abandonado pelo banco. Segundo o site Rede do Futebol, o Coimbra tinha apenas seis jogadores emprestados a outros clubes no último dia 17 de janeiro, nenhum atleta de destaque.

O fundo de investimentos, porém, continua ativo. Segundo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o patrimônio do fundo no segundo semestres de 2018 era de R$ 65,4 milhões.

O Coimbra subiu para a segunda divisão do Mineiro no ano passado e estreia no torneio no dia 9 de fevereiro, contra o Uberlândia.

O BMG atua no futebol de outros países?

O grupo BMG negocia há cerca de um ano a compra do Vitória de Guimarães, da primeira divisão de Portugal. A concretização do negócio depende uma mudança no estatuto do clube para ampliar os poderes dos proprietários, como deseja o banco. Ao jornal Folha de S.Paulo, no ano passado, Ricardo Guimarães, da família que controla o BMG, afirmou que vê “mais perspectivas” ao investir num clube português e comparou:

– O Porto tem faturamento igual ao do Flamengo ou do Corinthians num país de 11 milhões de habitantes.

Qual a relação do banco com o escândalo do mensalão?

As investigações identificaram que o banco havia feito empréstimos à agência do publicitário Marcos Valério, o operador do esquema para compra de apoio no Congresso durante o primeiro governo do ex-presidente Lula (2003-2006). Segundo os investigadores, o dinheiro emprestado abastecia o esquema. O banco, porém, não foi denunciado na ação que foi julgada pelo STF em 2012.

Dirigentes do BMG, porém, foram denunciados individualmente por gestão fraudulenta em Minas Gerais por questões relacionadas ao Mensalão. Em primeira instância, Ricardo Guimarães, controlador do banco, chegou a ser condenado a sete anos de prisão. No ano passado, porém, ele foi inocentado no Tribunal Regional Federal de Minas por dois votos a um.

FONTE:PORTAL GUANDU
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