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Fêmeas de periquitos preferem machos inteligentes, diz estudo

Pesquisadores fizeram um teste com 34 periquitos-australianos e respondem à teoria de Charles Darwin.

Especialistas em periquitos sabem há bastante tempo que as fêmeas apreciam o esplendor da plumagem dos machos e o virtuosismo de seu canto. Mas, para escolher um companheiro, elas levam em conta também a inteligência?

Charles Darwin chegou a teorizar sobre isso, mas a hipótese se mostrou de difícil verificação em animais.

Um experimento realizado por pesquisadores da Academia de Ciências da China e Universidade de Leiden, na Holanda, cujos resultados foram publicados nesta quinta-feira (10) na revista “Science”, parece dar uma resposta afirmativa a esta pergunta sobre a evolução.

Os pesquisadores fizeram um teste com 34 periquitos-australianos, endêmicos no país, mas presentes em muitas outras regiões, visto que são animais de estimação populares.

Uma das fêmeas observadas, por exemplo, foi colocada na presença de dois machos, e escolheu um deles. Os pesquisadores souberam qual dos dois era o escolhido porque contaram quantos minutos ela passou com cada um dentro da jaula.

Depois, o macho que não foi escolhido recebeu um treinamento para aprender a abrir dois tipos de caixas que continham sementes. O macho favorito não recebeu esse treinamento.

Em seguida, a fêmea observou os dois em frente às caixas, um exercício cruel para o macho favorito, que só conseguiu mostrar sua inaptidão, enquanto seu rival se exibia ao abrir.

Finalmente, ambos os machos foram colocados de novo na jaula com a fêmea.

Os pesquisadores acreditavam que ela mudaria sua preferência depois de observar o desempenho deficiente de seu macho favorito. E foi o que aconteceu: oito das nove periquitas do grupo de teste mudaram de macho e passaram mais tempo com o macho que anteriormente era o preterido, mas que demonstrou ser mais inteligente.

“A observação direta das habilidades cognitivas pode afetar os critérios de preferência do companheiro”, concluem os autores do estudo que, segundo eles demonstra que “as habilidades cognitivas podem ser selecionadas diretamente por meio da escolha do companheiro”.

E a inteligência proporcionaria uma vantagem reprodutiva, ou seja, em termos de evolução.

Os pesquisadores apontam, no entanto, que trata-se apenas de um experimento e que são necessários mais estudos para confirmar o método e consolidar os resultados

FONTE:PORTAL GUANDU
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