Maceió (AL), 25 de abril de 2025 – O ex-presidente da República e ex-senador Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió, capital de Alagoas, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ordem de prisão foi emitida na noite de quinta-feira (24), após o esgotamento de todos os recursos no processo em que Collor foi condenado por corrupção.
De acordo com a defesa, o ex-presidente estava de malas prontas para viajar a Brasília, onde pretendia se entregar voluntariamente à Polícia Federal. No entanto, agentes da PF cumpriram o mandado de prisão por volta das 4h da manhã em sua residência na capital alagoana.
Fernando Collor foi condenado pelo STF em 2023 por envolvimento em um esquema de corrupção ligado à BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. A Corte o considerou culpado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com pena de mais de oito anos de prisão em regime fechado.
Segundo a decisão de Alexandre de Moraes, a prisão imediata foi necessária “para garantir a efetividade da decisão judicial e preservar a ordem pública”. A defesa do ex-presidente confirmou a detenção e afirmou que “Collor manterá sua disposição de colaborar com a Justiça”, sem comentar se irá solicitar habeas corpus.
Fernando Collor foi o primeiro presidente eleito por voto direto após a redemocratização e também o primeiro a sofrer um processo de impeachment, em 1992. Nos últimos anos, ele havia retomado a carreira política como senador por Alagoas, cargo que ocupou até o fim de 2022.
O ex-presidente será encaminhado ainda hoje para Brasília, onde deve cumprir os trâmites legais e ser transferido para uma unidade prisional adequada ao seu perfil. A prisão de uma figura histórica como Collor reacende o debate sobre corrupção e impunidade no país, e deve gerar repercussões nas esferas política e jurídica ao longo dos próximos dias.