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Governo estuda rendimento maior para poupança

O governo federal estuda modificar a remuneração da caderneta de poupança, o que, na prática, tem como meta fazer a aplicação render mais e estimular o crédito imobiliário. A mudança é discutida de forma interna entre o Banco Central e o Ministério da Economia e busca atrelar o rendimento da poupança à inflação.

Caso seja aprovada a mudança, 2 milhões de poupadores do Estado serão beneficiados, segundo o presidente do Conselho Consultivo da Associação dos Representantes de Bancos do Espírito Santo (Arbes), Jorge Eloy Domingues.

A ideia seria assegurar aos poupadores pelo menos um rendimento equivalente a 70% da taxa básica de juros, a Selic, independentemente de seu patamar, e substituir a Taxa Referencial (TR), que atualmente está zerada, pelo índice oficial de inflação (IPCA).

Hoje, pela norma em vigor, há corte no rendimento da poupança sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano — o que está em vigência, já que a taxa está em 6% ao ano atualmente. Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a TR.

O objetivo principal da mudança é criar uma fonte alternativa de recursos para o setor de habitação.
Com a troca, os bancos, que captam recursos da poupança e são obrigados a investir em crédito imobiliário, poderiam vender no mercado as carteiras de crédito lastreadas pelo IPCA, que de forma geral, são mais atrativas e movimentariam o setor.

Há ainda no mercado a expectativa de redução da Selic para 5,5% na semana que vem. Há a previsão de que a taxa possa terminar o ano a 4,5%, o que reduziria drasticamente o ganho com a caderneta.

Especialistas lembram que a mudança representaria ganho de investimento não só para o setor imobiliário, mas principalmente para o poupador. Segundo o economista e professor Mário Vasconcelos, caso a mudança se concretize, a caderneta será uma excelente forma de investimento.

“De acordo com a inflação atual, a poupança vai pagar mais do que investimentos de renda fixa. Vai favorecer a todos. Além disso, isso poderá refletir em uma taxa de juros mais baixa, incentivando o financiamento imobiliário”, disse.

Já Jorge Eloy lembrou que é preciso atenção ao ganho real. “Não adianta a poupança render mais se o custo de vida sobe com a inflação.”

Fonte: Tribuna

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