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Homem cria ‘delivery de currículos’ durante pandemia: ‘Eu sei o quanto é horrível a dor do desemprego’

A ação solidária de um único homem já garantiu 38 contratações desde o início da pandemia. Conciliando com a rotina de trabalho na prefeitura de Porto Alegre, o servidor Kaká D’Ávila resolveu distribuir currículos pela cidade, ajudando os desempregados durante esse momento difícil.

Ao BHAZ, Kaká conta que vai de porta em porta, principalmente em comunidades mais carentes. “Muitos não têm nem comida, quem dirá dinheiro para comprar passagem e ir até o centro da cidade”, destaca.

“Eu arrecado esses currículos e vou distribuindo em locais que eu sei que estão contratando e assim vai surtindo efeitos. Tem pessoas que conseguiram emprego graças a esse link”, acrescenta.

Kaká revela que a reação das pessoas que ele conseguiu ajudar são uma motivação para continuar com o trabalho. “Tem pessoas que se emocionam, choram, fazem homenagem e é muito bacana isso. Pra eles é comida na mesa, é de onde vai tirar o sustento”, declara.

Ações contra o desemprego

Essa não é a primeira vez que Kaká toma uma atitude para ajudar as pessoas que estão desempregadas. O servidor já deu palestras nas ruas, em ônibus e usa as redes sociais para falar sobre esse problema no país.

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Uma iniciativa criativa do servidor foi a “geladeira do desempregado”. Kaká disponibilizou, em um local público da cidade, uma geladeira que tinha roupas para entrevistas de emprego, informações sobre vagas e até mesmo alimentos. “A pessoa que está desempregada pode não ter como comprar. Quem está, sabe como é difícil”, comenta.

A inspiração para essa luta vem da própria história do homem. Ele conta que já ficou sem emprego por dois anos e meio. “Eu sei o quanto é horrível a dor do desemprego. É uma chaga que eu carrego até hoje”, afirma.

Mais ajuda

Kaká espera que a ação possa motivar mais pessoas a tomar uma atitude. No entanto, acredita que muitas vezes a sociedade age de maneira hipócrita. “A gente posta nas redes sociais a palavra solidariedade, mas a gente não sabe o significado dela. Às vezes nem cumprimenta o irmão do lado, eu acho que atitudes pequenas se cada um fizesse um pouquinho já seria uma grande coisa”, opina.

Ainda assim, o servidor acredita que as verdadeiras ações solidárias podem acontecer nos pequenos momentos. “De repente, algo mais simples, como bater na porta do vizinho. Perguntar se está precisando de alguma coisa nessa quarentena”, conclui.

Fonte: BHAZ

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