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Homem é morto com 11 tiros por policiais militares dentro do Dpj de Colatina

O local que o prisioneiro Walter foi assassinado por policiais militares estava interditado pela defesa Civil de Colatina há 4 meses

Um homem foi morto com requintes de execução dentro da Delegacia Regional de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, na madrugada deste sábado. Trata-se de Walter Almeida Santos, 41 anos, que foi morto por policiais com 11 tiros ponto quarenta, durante uma confusão durante a madrugada na delegacia.

Walter foi preso as 14h de sexta-feira, 18, no Córrego Morobá, na Zona Rua São Domingos do Norte/ES, acusado de causar lesões corporais em Rose Helena Wageimuckes, Ildomar Roog e Leonildo Westpahl. As vítimas foram socorridas ao Hospital de São Gabriel da Palha e Walter levado para Colatina.

De acordo com nota da Sesp (Secretaria de Estado de Segurança Pública), os policiais agiram em legítima defesa, haja vista que Walter agrediu o policial civil quando este colocava mais um preso na cela e, se valendo de uma telha e um pedaço de pau, partiu para cima dos policiais militares que estavam no local.

Um advogado que pede para não ser identificado, afirmou que a nota da Sesp é absurda, pois a vítima foi morta dentro da delegacia com 11 tiros, quando apenas dois tiros, um em cada braço ou perna, seriam suficientes para conter o detento. “Essa morte tem todas as características de queima de arquivo”, disse ele.

Outra observação do advogado é com relação às armas utilizadas pelo prisioneiro segundo a Sesp, que foram uma telha e um pedaço de pau. “O que tais objetos estavam fazendo dentro de uma cela de delegacia? Ele estava em uma unidade prisional ou numa obra pública?” questionou o advogado.

Outra irregularidade detectada na Delegacia Regional foi a permanência de uma adolescente presa em local destinado a homens. O fato foi constatado por um representante do Conselho Tutelar de Colatina, mas a Sesp, questionada sobre o assunto, disse apenas que não sabia da existência desse fato.

“O assassinato de um prisioneiro dentro da Delegacia Regional de Colatina é um fato grave e mostra o despreparo tanto do policial civil que supostamente foi atacado, como dos policiais militares que executaram a vítima. Isso precisa ser apurado e os policiais rigorosamente punidos”, finaliza o advogado.

Também precisa ser rigorosamente investigado porque uma menor estava presa e exposta em um local destinado a prisioneiros masculinos. Caberá ao Ministério Público tomar as devidas providências, no sentido de apurar se se trata de um caso isolado, ou se tal prática é comum na Delegacia Regional de Colatina.

A referida menor foi atingida por estilhaços das balas que mataram Walter e teve que ser socorrida a um hospital, onde foi medicada e depois liberada. Segundo informações, após o atendimento hospitalar a menor foi encaminhada ao Conselho Tutelar, que por sua vez a entregou a seus pais.

Fonte: Colatina News

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