Um homem de 44 anos que viajou recentemente à Europa fugiu, na madrugada desse sábado (14), do hospital Mater Dei, na Zona Sul de Belo Horizonte, com suspeita de ter contraído coronavírus. Ele chegou a comentar com a equipe médica que possui ataques de pânico antes de abandonar a unidade de saúde sem que o resultado do exame saísse. Desde que a notícia foi divulgada, o tema preocupa os belo-horizontinos.
O homem informou aos militares que retornou no último dia 6 de viagem feita ao norte da Alemanha, quase na fronteira com a França. Desde o dia 9, apresenta sintomas como tosse, coriza, dor com orofaringe, mal-estar e prostração. Esses sintomas pioraram na quarta (11) e, por volta das 21h30 de sexta (13), o homem resolveu dar entrada no Mater Dei da rua Gonçalves Dias.
A equipe médica rapidamente seguiu o protocolo, isolando o paciente e dando início aos exames obrigatórios. No entanto, horas depois, no começo da madrugada de sábado, o homem fugiu da unidade de saúde. Os profissionais da saúde informaram à PM que, provavelmente, o paciente tirou a pulseira de identificação e passou pela portaria como visitante.
Antes, o homem havia comentado com a equipe médica que estava muito ansioso e, como tem ataques de pânico, estava bastante desconfortável com a possibilidade de ter contraído a pandemia. Além do risco à população, o paciente ainda saiu sem pagar pelo exame, que custa R$ 250.
PM nada pode fazer
Procurado pelo BHAZ, o porta-voz da Polícia Militar, major Flávio Santiago, afirmou que, mesmo o paciente tendo informado todos os dados pessoais ao dar entrada no Mater Dei, a corporação nada pode fazer por enquanto.
“Ninguém pode ser preso senão em flagrante delito ou por ordem judicial. Não há infração penal na saída desse indivíduo por suspeita de coronavírus. Tem que haver uma decretação criando imposições, com determinação de conduções coercitivas, cerceamento de convívio… O que ainda não há no nosso país”, explica.
“Apenas para reforçar: não é uma situação que parte da Polícia Militar ou mesmo da Polícia Civil, mas sim dos governos, sobretudo da União. Se chegar a um nível extremo, pode ter fechamento de aeroportos, rodoviárias e mesmo a condução coercitiva de pessoas. Mas isso é gradativo”, complementa.
O BHAZ tentou contato com a assessoria do Mater Dei, mas não obteve sucesso até esta publicação. Ao G1, a unidade de saúde afirmou que “segue todas as orientações das autoridades de saúde referentes aos procedimentos adotados acerca do coronavírus. E sobre pacientes, não temos autorização para fornecer informações”.
Apreensão
Desde que a fuga tornou-se pública, rodas de conversa em BH e as redes sociais foram tomadas pela apreensão. “E o cara com suspeita de corona que saiu correndo do Mater Dei antes de sair o resultado do teste?”, questionou Paula dos Anjos.
“É errado querer que o cara suspeito de corona que fugiu do Mater Dei seja preso????”, filosofou Marco Macchado. “Será que já acharam o cara que fugiu do Mater Dei”, preocupou-se Ana Bigão. Como o major Santiago explicou acima, o homem não foi preso porque, segundo o porta-voz, a PM não pode detê-lo.
Fonte: BHAZ