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Homens-bomba do Sri Lanka eram filhos de exportador de sucesso

Irmãos Inshaf e Ilham Ibrahim faziam parte de importante família muçulmana da capital Colombo. Um terceiro envolvido foi estudante no Reino Unido

Dois dos homens-bomba supostamente envolvidos nos ataques ocorridos no domingo (21) que deixaram centenas de mortos no Sri Lanka eram membros de uma importante família muçulmana de Colombo — a capital do país —, segundo revelou a rede de notícias americana CNN nesta quarta-feira (24). O jornal britânico Daily Mail divulgou fotos dos suspeitos, os irmãos Inshaf e Ilham Ibrahim, cujo pai seria um bem-sucedido exportador de especiarias.

Um terceiro envolvido nos atentados foi identificado pelas forças de segurança britânicas como Abdul Lathief Jameel Mohamed, que estudou no sudeste da Inglaterra entre 2006 e 2007.

Suspeita de ‘novos ataques’

O número de mortos na série de ataques no domingo de Páscoa no Sri Lanka contra igrejas e hotéis de luxo, subiu para 359, segundo informações divulgadas por fontes oficiais, que revelaram suas suspeitas de que possam ocorrer “novos ataques” na ilha.

“Pode haver mais ataques, temos que estar vigilantes neste momento, e teremos a situação sob controle nos próximos dias”, disse o vice-ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, em entrevista coletiva para a imprensa estrangeira.

De acordo com o porta-voz, as informações apontam para os ataques do último domingo que foram cometidos por pelo menos nove homens-bomba que mataram centenas de pessoas.

“Vários deles estudaram em outros países, com diplomas universitários e pós-graduados que indicavam pessoas com boa formação”, afirmou o vice-ministro, que não especificou a nacionalidade de todos os envolvidos, mas disse que um deles estudou no Reino Unido e Austrália.

“Estamos buscando conexões com todos os países vizinhos”, disse.

Investigação

Até o momento, 60 pessoas de origem srilanquêsa foram detidas com relação aos atentados, afirmou Wijewardene, se recusando a responder a perguntas sobre a suposta detenção de um suspeito com um passaporte sírio.

Os investigadores continuam tentando determinar quem são todos os responsáveis pelos ataques, reivindicados ontem pelo Daesh (também conhecido como Estado Islâmico), que foram inicialmente atribuídos ao grupo islâmico local National Thowheeth Jama’ath (NTJ).

De acordo com o último balanço divulgado hoje pelo vice-ministro, o número de mortos passou de 321 para 359 nas últimas 24 horas, depois que vários dos mais de 500 feridos faleceram.

A série de ataques no domingo no Sri Lanka começou com seis explosões quase simultâneas em três hotéis de luxo em Colombo e também em uma igreja da capital, outra em Katana, no oeste do país, e a terceira na cidade de Batticaloa.

Horas depois, uma sétima detonação ocorreu em um pequeno hotel localizado a dez quilômetros ao sul da capital, e a última em um complexo residencial em Dematagoda, também em Colombo.

Reestruturação política

O presidente do país, Maithripala Sirisena, anunciou uma reestruturação nas próximas horas das agências de inteligência, da polícia e das Forças Armadas, após ter sido informado que eles receberam informações sobre os ataques horas antes de serem cometidos, no entanto, não notificaram o governo.

Atentados dessa magnitude não ocorriam no Sri Lanka desde a guerra civil entre a guerrilha tâmil e o governo, um conflito que durou 26 anos e terminou em 2009, e que causou mais de 40 mil mortes entre os civis, segundo dados da ONU.

Fonte: Noticias ao Minuto

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