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Idai: Líderes da UE garantem prontidão para continuar ajuda de emergência

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia manifestaram hoje a sua solidariedade com Moçambique e os outros países afetados pelo ciclone Idai, garantindo que estão prontos a continuar a prestar assistência humanitária de emergência.

No final do Conselho Europeu celebrado entre quinta-feira e hoje em Bruxelas, os líderes europeus, nas conclusões adotadas, dedicaram um parágrafo à devastação provocada pelo Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué, lamentando profundamente “as perdas de vidas e a destruição” registadas nos três países e garantindo a sua total solidariedade.

O Conselho Europeu “saudou a resposta de emergência já prestada pela União Europeia e pelos seus Estados-membros, e expressa a sua prontidão para continuar a apoiar os países afetados na prestação de assistência humanitária urgente às populações afetadas”, lê-se no documento adotado pelos 28 chefes de Estado e de Governo da UE.

“Na sequência da reunião que tive ontem (quinta-feira) com a senhora Alta Representante (para a Política Externa, Federica Mogherini), a propósito de Moçambique, hoje o Conselho Europeu expressou a sua profunda solidariedade e condolências pelas perdas de vidas humanas e destruição causadas pelo ciclone idai em Moçambique, mas também no Malaui e no Zimbabué”, comentou o primeiro-ministro, António Costa, na conferência de imprensa no final dos trabalhos.

Questionado sobre o ponto da situação relativamente aos esforços para contactar os cidadãos portugueses por localizar na região do centro de Moçambique, Costa lembrou que o secretário de Estado da Cooperação encontra-se no país e, “neste momento, vários dos portugueses que não tinham sido localizados nos dias anteriores têm felizmente vindo a ser progressivamente localizados, e até este momento não há confirmação de qualquer vítima mortal entre os portugueses”.

Hoje mesmo, a Comissão Europeia anunciou que o seu Centro de Coordenação de Resposta de Emergência já recebeu ofertas de assistência de sete Estados-membros, entre os quais Portugal, para ajudar Moçambique.

Na sequência de um pedido de ajuda de Moçambique, o Mecanismo de Proteção Civil da UE foi ativado e, “numa resposta imediata, o Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da Comissão já recebeu ofertas de assistência por parte da Alemanha, Dinamarca, Luxemburgo, Espanha, Itália, Portugal e Reino Unido, através do mecanismo”, indica hoje a Comissão Europeia.

O executivo comunitário precisa que “a assistência oferecida inclui equipamento de purificação de água, equipas de emergência médica, equipamentos de abrigo e tendas, ‘kits’ de higiene, alimentação, colchões e telecomunicações por satélite para trabalhadores humanitários no terreno”.

“Além disso, uma equipa de 10 especialistas de sete Estados-membros (Alemanha, Finlândia, Holanda, Portugal, Roménia, Suécia e Eslovénia) será enviada para Moçambique, para ajudar com questões logísticas e aconselhamento”, aponta a Comissão, lembrando que “esta assistência adicional acresce à ajuda humanitária da UE de 3,5 milhões de euros” anteriormente anunciada para Moçambique, Maláui e Zimbabué.

Este anúncio teve lugar um dia depois de o primeiro-ministro português se reunir, em Bruxelas, com a Alta Representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini, num encontro no qual António Costa sublinhou a necessidade de a União dar todo o apoio possível a Moçambique.

No final do encontro, Mogherini garantiu que a UE estará totalmente mobilizada para ajudar Moçambique “a recuperar desta tragédia terrível”, e sublinhou que a primeira ajuda destinada pela UE ao país, de dois milhões de euros (do pacote de 3,5 milhões de euros aos três países mais afetados), foi apenas isso mesmo, “um primeiro apoio de emergência”.

O balanço provisório da passagem do ciclone Idai é de 557 mortos, dos quais 242 em Moçambique, 259 no Zimbabué e 56 no Malawi.

O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.

A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março, e a ONU alertou que 400.000 pessoas desalojadas necessitam de ajuda urgente, avaliada em mais de 40 milhões de dólares (mais de 35 milhões de euros).

Mais de uma semana depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.

As organizações envolvidas nas operações de socorro e assistência humanitária têm alertado para o perigo do surto de doenças contagiosas.

Portugal é um dos países que enviaram técnicos e ajuda para Moçambique, com dois aviões C-130 da Força Aérea a caminho da Beira e um terceiro, um avião comercial fretado, com partida prevista para hoje, seguindo-se um outro voo na segunda-feira, fretado pela Cruz Vermelha Portuguesa.

fonte:noticia ao minuto

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