O número de vítimas que morreram em decorrência da intoxicação por dietilenoglicol (presente em lotes da cerveja Backer) pode ter aumentado para cinco na madrugada desse domingo (2).
Um idoso de 74 anos, que estava internado no hospital Madre Tereza, que fica no bairro Gutierrez, na região Oeste da capital, faz parte da lista dos 29 pacientes que constam no inquérito aberto pela Polícia Civil.
A causa da morte será confirmada após a necrópsia. O corpo do idoso já está no Instituto Médico Legal (IML).
Intoxicação por dietilenoglicol
De acordo com a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde), foram notificados 30 casos suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol até 31 de janeiro. Quatro casos foram confirmados e os outros 26 restantes continuam sob investigação.
Os sintomas apresentados inicialmente pelos pacientes são: problemas gastrointestinais como dores abdominais, vômito e náusea. Na sequência, eles evoluem rapidamente para o quadro de insuficiência renal aguda, que podem ser seguidor por alterações neurológicas como: paralisia facial, barramento visual, amaurose, alterações de sensório, paralisia descendente e crise convulsiva.
As investigações iniciais realizadas pelas SES (Secretaria de Estado de Saúde), SMSA (Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte), e o Ministério da Saúde indicaram que os pacientes notificados apresentaram os primeiros sintomas após ingerirem a cerveja “Belorizontina” da marca Backer. Os sintomas clínicos dos pacientes levantaram a hipótese de intoxicação exógena por Dietilenoglicol (DEG).
A presença da substância DEG foi confirmada em amostras de cerveja que foram coletadas nas casas de pacientes e encaminhadas pela Vigilância Sanitária do município de Belo Horizonte para a perícia da Polícia Civil. Exames realizados em amostras biológicas de quatro pacientes também detectaram a presença do mesmo composto químico.
Investigação
A Polícia Civil de Minas Gerais escuta familiares de vítimas com o objetivo de “entender sobre os acontecimentos que antecederam à intoxicação”. Várias perícias já foram realizadas na cervejaria.
Os depoimentos acontecem na 4ª Delegacia de Polícia Civil Barreiro, no bairro Estoril, região Oeste da capital. Uma pessoa prestou depoimento em Viçosa, logo no início da instauração do inquérito.
MPMG manda Backer ajudar famílias de vítimas
Os representantes das vítimas expuseram ao MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) quais são as necessidades de custeios para o restabelecimento de seus familiares. O representante da empresa disse que a cervejaria iria disponibilizar o que estava sendo pedido.
Durante o encontro, já foram agendados, pela empresa, os atendimentos individuais dos familiares das vítimas. Em 72 horas após esse atendimento, a Backer deverá efetivar o custeio de despesas solicitadas ou apresentar negativa fundamentada.
Procurada pelo BHAZ a Backer informou que “compartilha da dor dos familiares das vítimas” e “segue prestando o suporte necessário aos atingidos, mesmo com as investigações “inconclusas”.
A cervejaria destaca que ela é a “maior interessada em saber o que de fato aconteceu”. “A Backer, como a maior interessada em saber o que de fato aconteceu, está tomando todas as providências para elucidar a questão”, diz em um dos trechos da nota que pode ser lida abaixo.
Nota da Backer na íntegra:
“Em relação às mortes ocorridas por suspeitas de intoxicação por dietilenoglicol, a Backer compartilha da dor dos familiares das vítimas e, ainda que inconclusas as investigações sobre o acontecido, continua prestando o suporte necessário a todos os atingidos. A cervejaria tem acolhido essas pessoas e prestado atendimento psicossocial. Inclusive, na semana passada, por iniciativa própria, a empresa recorreu ao Ministério Público para ampliar ainda mais o suporte prestado às famílias dos atingidos. A Backer, como a maior interessada em saber o que de fato aconteceu, está tomando todas as providências para elucidar a questão e, embora não se tenha chegado a uma conclusão definitiva sobre o ocorrido, jamais deixou de colaborar com as investigações”.
Fonte: BHAZ