Ação aconteceu em um baile funk da zona leste de São Paulo. Gabriela Talhaferro, de 16 anos, perdeu a visão do olho esquerdo e segue em recuperação
Uma adolescente, de 16 anos, perdeu a visão do olho esquerdo depois de ser atingida por um tiro de bala de borracha durante operação da Polícia Militar no baile funk da Beira Rio, no último domingo (10), em Guaianases, zona leste de São Paulo.
Em entrevista ao Primeiro Impacto desta quarta-feira (13), Gabriela Talhaferro contou como tudo aconteceu. Segundo ela, o baile ainda não tinha começado no momento da ação dos PMs e eles dispensaram todos que estavam no local. Durante a confusão, ela acabou se perdendo do grupo de amigos e outros jovens ficaram feridos.
Ao encontrar um dos colegas, os dois decidiram esperar o tumulto passar em frente a uma adega para poderem ir embora. Porém, quando a rua ficou deserta, policiais atiraram uma bomba na direção deles, que correram. Gabriela contou que foi neste momento que uma viatura se aproximou e atirou contra ela.
A jovem relatou ainda ter sentido uma dormência na hora, mas que só foi percebeu que o olho dela havia sido atingido pouco tempo depois, quando ele começou a sangrar. Após o ocorrido, o amigo de Gabriela chegou a pedir ajuda aos policiais, que se recusaram a prestar socorro e ainda teriam debochado da situação.
A adolescente então, foi socorrida por pessoas que estavam na adega e que chamaram um carro por aplicativo para levá-la ao Hospital Ermelino Matarazzo. A mãe da garota, Kelly Talhaferro, não sabia que a filha tinha ido ao baile e ao receber a ligação avisando que ela estava na unidade de saúde, chegou a pensar que se tratava de um trote.
Segundo Kelly, após a avaliação médica, ela foi informada que Gabriela dilacerou a córnea esquerda e perdeu a visão. A jovem precisou ser transferida para o Hospital São Paulo, onde passou por cirurgia em menos de 24h. Agora, a adolescente segue se recuperando do ferimento em casa.
Kelly registrou boletim de ocorrência nesta segunda-feira (13) e pretende procurar a Corregedoria Geral. A família pede justiça por Gabriela e outras pessoas que passaram pelo mesmo sofrimento.