Saulo da Silva Abner, de 25 anos, foi preso na tarde desta segunda-feira (18). Em depoimento para a Polícia Civil, ele confessou o crime e disse que a chacina foi motivada por uma disputa de terreno na região.
Depois de prestar depoimento, ele foi levado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Viana e passou por audiência de custódia nesta terça. A juíza Raquel de Almeida Valinho decidiu converter em prisão preventiva porque entendeu que, em liberdade, Saulo poderá voltar a cometer atos de violência e intimidar testemunhas.
De acordo com a investigação, o suspeito usou cocaína antes do crime. O carro usado por ele foi identificado pelas câmeras da Prefeitura de Vila Velha e estava sendo monitorado desde o dia da chacina.
No depoimento, Saulo contou que tinha invadido um terreno no bairro e ficou sabendo que outras três pessoas – que seriam os alvos do crime – teriam invadido o mesmo terreno e estavam participando de um churrasco.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Alexandre Ramalho, Saulo tinha passagens por tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo e munição e Lei Maria da Penha.
Morreram na chacina a professora de inglês Elaine Cristina Machado, de 49 anos; o feirante Felipe dos Santos, de 31; o líder comunitário José Querino Filho, de 59; o aposentado Claudionor Liberato, de 59, e José Roberto, de 40.
Além dos cinco mortos, outras quatro pessoas foram baleadas. Duas delas receberam alta e duas seriam um dos alvos de Saulo, além do líder comunitário. Não há informação sobre o estado de saúde dos outros dois homens feridos no ataque.
A reportagem tenta contato com a defesa do preso.
Para fugir da polícia, ele criou um álibi. Foi até a delegacia e registrou um boletim de ocorrência informando ter sido sequestrado por três homens. Ele contou ainda que teve R$ 10 mil roubados e foi trancado no porta-malas depois de ficar três horas rodando no carro sob ameaças dos supostos sequestradores.
O delegado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Tarik Halabi Souki, disse que Saulo trabalhava como motorista de aplicativo e o carro utilizado no dia do crime era o mesmo usado para atender os passageiros.
De acordo com o delegado, ele conhecia a professora de inglês morta na chacina e contou que tinha intenção de fazer aulas com ela.
“Ele informou com detalhes que fez o boletim criando um álibi, foi ao local antes para ver o terreno. Ele explicou que invadiu o terreno em Darly Santos e foi ao local pra ver como estava seu lote e percebeu que três alvos que invadiram o lote estavam no churrasco. Ele resolveu executá-los. Disse que mirou nos três mas como corriam de um lado para o outro acertou as outras pessoas que estavam no local”, contou.
Quatro das cinco vítimas de chacina em Vila Velha — Foto: Reprodução/TV Gazeta
Depois de monitorarem por dois dias o paradeiro de Saulo, policiais montaram uma campana no bairro Primeiro de Maio. Quando percebeu a presença dos policiais, ele tentou fugir e foi capturado dentro do armário de uma casa.
Com ele, foram apreendidas uma espingarda e munição. A pistola calibre 380 utilizada no crime foi vendida em uma feira. Ele foi autuado pelo homicídio das cinco pessoas e tentativa dos quatro feridos, além de posse ilegal de arma de fogo e munição.
Fonte:G1ES.