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Linhares-ES: Famílias são obrigadas a abandonar casas por causa de barragem feita pela Samarco

A barragem foi construída em 2015 pela Samarco para evitar que as águas do Rio Doce atingidas pela lama de rejeitos atingissem também a Lagoa Juparanã.

As famílias que moram perto da barragem do Rio Pequeno, em Linhares, no Espírito Santo, foram obrigadas a saírem de suas casas mesmo sem vontade. Ao todo, 56 famílias têm até esta sexta-feira (21) para deixarem o local. A previsão é de que elas voltem somente em março de 2019.

A barragem foi construída em 2015 pela Samarco para evitar que as águas do Rio Doce atingidas pela lama de rejeitos atingissem também a Lagoa Juparanã. Mas, com o bloqueio, surgiu outro problema: a água da lagoa não escoa e acontecem inundações na região.

Uma obra foi feita para ampliar o tamanho da barragem e a abertura do canal está programada para este sábado (22). Dessa forma, o risco de inundação do Rio Pequeno cresce e por isso as famílias precisaram sair de casa.

Moradores da região precisaram deixar as casas em Linhares, no Espírito Santo — Foto: Juliano Gomes/ TV Gazeta

Mudança e prejuízos

Os moradores já começaram a deixar o local na quinta-feira (20), mas o sentimento era de tristeza.

“Você já está acostumado com a sua casa, ter que sair não é uma coisa boa. Tem 50 anos que eu moro aqui. Não vou para canto nenhum. Só aqui nessa rua”, disse o aposentado Gilberto Vieira.

Gilberto Vieira precisou sair de casa por causa de abertura de canal na barragem do Rio Pequeno, em Linhares — Foto: Juliano Gomes/ TV Gazeta

O comércio local também calcula perdas. “Oito meninos que trabalham comigo, eu estou pensando o que eu vou fazer com o meu pescado. Tem muita coisa aqui dentro”, afirmou o pescador Jeneci “Bicudo”.

A Fundação Renova, responsável pelos prejuízos causados pela mineradora Samarco, informou que vai ressarcir os comerciantes que tiverem prejuízo e também os fazendeiros que tiveram pastos alagados.

Aumento gradativo

A Fundação Renova explicou a retirada é uma medida de segurança, porque a cheia do rio será gradativa.

“A gente sabe que com essa cota máxima o volume vai aumentar. Para garantir a segurança de todas as famílias ribeirinhas a gente está trabalhando com o processo de mobilização dessas famílias”, disse o gerente de território da Fundação Renova, Sérgio Kuroda.

Obra de barragem no Rio Pequeno, em Linhares, no Espírito Santo — Foto: Juliano Gomes/ TV Gazeta

A previsão é de que os moradores fiquem fora de casa até março de 2019. “A gente conversou com Defesa Civil, bombeiros, é que a gente mantenha essas famílias em total segurança até o final do período de chuvas”, completou.

Fonte: G1 ES

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