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Mãe de garoto assassinado por Suzi revela indignação com a reportagem: ‘Não recebi nada’

A revelação a respeito da condenação de Suzi Oliveira, detenta que recebeu um abraço do médico Dráuzio Varella na reportagem exibida pelo Fantástico no último dia 1º, despertou um debate na internet sobre empatia e ressocialização. Além disso, outra questão foi levantada: como a família da criança assassinada pela presidiária teria se sentido ao assistir à matéria?

Com a repercussão da cena do abraço, não demorou para que os crimes de Suzi fossem descobertos. Ela foi condenada por ter estuprado um menino de 9 anos, além de assassiná-lo e ocultar o corpo. O médico que protagonizou a reportagem passou a ser atacado nas redes sociais e a hashtag “Dráuzio Varella Lixo” ficou entre os assuntos mais comentados do país no Twitter ao longo dessa segunda-feira (9).

No mesmo dia, em uma matéria da RedeTV!, a mãe da vítima falou pela primeira vez sobre o caso. Na sentença de Suzi, obtida pelo site O Antagonista, uma tia dela diz que a detenta “entrou na casa para roubar, subiu as escadas e a criança estava no quarto deitada, não sei bem e ele entrou, fechou a boca da criança e contou tudo, normal como eu estou contando”.

“Pra mim foi um baque muito grande. Quando eu vi a matéria, fiquei até com dor de cabeça. Eu estou tremendo até agora”, conta Aparecida de Jesus, mãe do menino Fábio, em entrevista ao repórter Edie Polo no programa “Alerta Geral”.

Quando questionada pelo repórter o que mais a indignou sobre a situação, ela afirmou: “Foi ele receber um abraço, receber cartinha e ainda um bombonzinho, na prisão. Eu recebi o quê? Nada! Nada nesses dez anos”. Cida, como é chamada, contou também que deu à luz outro filho após a perda de Fábio.

“Graças a Deus, Deus deu um filho de volta pra mim, que é o Mateus. Estou me reerguendo, me levantando, porque Deus está comigo. Mas indignada”, completou a empregada doméstica. O jornalista, que durante toda a reportagem se referiu a Suzi com pronomes masculinos, deu um abraço na mulher e reforçou que condena a empatia direcionada à detenta.

“Eu queria aproveitar a oportunidade para dar um abraço nessa mãe porque essa, sim, merecia um abraço. Essa aqui perdeu um filho. Essa senhora ninguém veio procurar, ninguém dos direitos humanos, ninguém veio entregar uma cesta básica. Esse abraço não veio. Então vou pedir pra senhora me permitir em nome de toda a sociedade do bem, dar um abraço na senhora”, finalizou o repórter.

O lado de Suzi

Na segunda-feira, Bruna Castro, advogada de Suzi Oliveira, se manifestou sobre as suposições envolvendo a detenta e publicou uma carta escrita pela própria Suzi sobre o caso.

A advogada confirmou a informação de que a cliente cometeu os crimes de estupro de vulnerável e homicídio, além de afirmar que não cabe nenhum tipo de julgamento referente ao caso: “O julgamento já aconteceu em 2013, ela já foi julgada em juri popular, já teve um julgamento, uma sentença e hoje está na fase de cumprimento da sentença. A pena passa de 30 anos”.

Bruna ainda publicou a foto de uma carta escrita por Suzi, onde a detenta confirma que seu nome de batismo é Rafael Tadeu, e conta que, durante a entrevista com o médico, em nenhum momento foi questionada sobre qual crime havia cometido. “Errei sim e estou pagando cada dia, cada hora e cada minuto aqui neste lugar… Antes, não tive esta oportunidade, agora estou tendo: apenas quero pedir perdão pelo meu erro no passado”, escreveu.

Dráuzio já havia se manifestado em relação a ataques que a reportagem vinha sofrendo nas redes sociais. Em nota endossada integralmente pelo Fantástico, o médico, quem tem mais de 30 anos de experiência em presídios, disse: “Seja no meu consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado. Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico”.

Fonte: BHAZ

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