Em carta distribuída para os pais dos alunos das escolas da rede de ensino público municipal de Linhares, os professores, que entrarão em greve nesta segunda-feira (23), argumentam que foram vítimas de uma “verdadeira trapaça” articulada pelos administradores públicos do município.
Segundo eles, o prefeito Guerino Zanon só aceitou assinar o acordo se comprometendo a implantar o Plano de Carreira do Magistério, para se livrar, posteriormente, da acusação de improbidade administrativa.
A carta aos pais dos alunos, assinada pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Linhares (SISPML), passou a ser entregue nesta sexta-feira (20) e visa esclarecer as circunstâncias que levaram a categoria a deflagrar uma greve geral.
Em um texto conciso e transparente, os professores manifestam sentimentos de decepção, frustração e surpresa. Consideram que na reunião realizada no dia 13 de dezembro de 2017 quando, na presença de representantes do Ministério Público o prefeito Guerino Zanon se comprometeu a implantar o Plano de Carreira do Magistério, tudo não teria passado de uma encenação por parte dos administradores do município.
Leiam o texto da carta na íntegra:
Prezados Professores e Pedagogos
Para surpresa nossa o prefeito Guerino Zanon não honrará o acordo assinado perante o juiz e o Ministério Público a respeito do Plano de Carreira do Magistério.
Negam- se veemente a repassar o valor do Piso Nacional do Magistério para os professores determinado pela Lei Federal 11.738. Alegam que estamos tendo um entendimento errôneo da lei.
Pelo que vimos, o que aconteceu no dia 13 de dezembro de 2017 a respeito da categoria do magistério, foi uma verdadeira trapaça, bem articulada, para que o acordo fosse assinado. Livrando- o do ato de improbidade administrativa.
Sendo assim, informamos a vocês, colegas de categoria, que o SISPML já deu ciência à Promotoria do Ministério Público que participou da audiência e imediatamente entraremos com uma Petição solicitando a execução do acordo judicial que será proferido pelo juiz Thiago Albani, eliminando qualquer possibilidade de acordo.
SISPML
Professores não precisarão frequentar escolas durante a greve
Nesta quinta-feira, a comissão encarregada de coordenar o movimento de greve decidiu liberar os professores do compromisso de terem que se deslocar até as escolas onde trabalham, durante o movimento, eles poderão permanecer em suas residências.
A ideia que prevaleceu durante a assembleia que optou pela greve, realizada na quarta-feira (18), era de que eles deveriam se deslocar até as escolas durante o horário do expediente. Mas essa necessidade foi descartada a partir de uma análise mais detida sobre o assunto.
Entre os motivos para a liberação de estar nas escolas durante o movimento, o que mais pesa é a necessidade de preservar os profissionais dos estresses naturais gerados por esse tipo de manifestação.