Se concretizadas na totalidade, as ações do governo do Estado para revitalizar o centro de Vitória — que terão início com a mudança de, ao menos, oito órgãos estaduais para a região — devem fazer com que mil lojas e escritórios no local sejam reabertos em 2 anos, criando empregos.
A previsão é de um estudo realizado por membros do Sindicato dos Corretores de Imóveis (Sindimóveis). A expectativa é de 1.500 empregos diretos e indiretos, conforme a Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES).
Diovano Rosetti, que é membro da Comissão de Direitos Imobiliários da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Sindimóveis, explicou que haverá tanto um deslocamento de comércio e escritórios que estão em bairros mais caros, como também a abertura de novos negócios no Centro.
Para o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, somente a abertura de novos empreendimentos deve criar de 400 a 500 empregos diretos de imediato, e o dobro de oportunidades indiretas.
“Isso faz com que os pequenos e microempresários queiram voltar a ter seus estabelecimentos comercias no Centro”, disse Sepulcri.
Ele destacou que a Federação está otimista com as medidas e espera que os efeitos sejam sentidos já nas vendas de fim de ano.
A secretária de Estado de Gestão e Recursos Humanos, Lenise Loureiro, revelou que, junto à transferência de repartições públicas — que terá início com a mudança da Secretaria de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb) para o edifício Ames — o governo vai vender ou conceder imóveis na região para a iniciativa privada, além de revitalizar espaços como o entorno do Palácio Anchieta para atrair mais turistas.
Segundo a secretária, o edifício Valia, localizado ao lado da escadaria Maria Ortiz, será o primeiro a ser colocado à venda, por valor de até R$ 900 mil. O edital será publicado nos próximos dias.
Entre as empresas que vão investir no Centro está a Sipolatti, que pretende inaugurar uma loja de mil metros quadrados e abrir 10 vagas de emprego.
“Estamos trabalhando para inaugurar na primeira quinzena de agosto. Não é uma nova loja. É uma transferência de uma loja da Princesa Isabel para outra de 1.000 metros de área de venda”, explicou o diretor-executivo das lojas Sipolatti, Cláudio Sipolatti.
Moradores da região estão otimistas com os projetos
A atração de novos empreendimentos para o centro de Vitória e a maior movimentação de pessoas com as ações anunciadas pelo governo do Estado levam otimismo aos moradores da região. É o que afirma o presidente da Associação de Moradores do Centro de Vitória, Lino Feletti. Segundo ele, a região sofre com um progressivo esvaziamento desde os anos 1980.
Agora, com a atração de órgãos públicos e novos empreendimentos, e a expectativa é de mais oportunidades de emprego.
“Houve um processo de esvaziamento do Centro, que começou lá nos anos 1980. Vemos essas ações de retorno dos órgãos públicos com bons olhos, pois a comunidade compreende que a economia volte a melhorar com o passar do tempo”.
Ele destacou que uma das demandas dos moradores é a destinação dos imóveis e espaços abandonados da região. “Compreendemos que tanto o poder público quanto a iniciativa privada precisam dar uma função social a esses locais. Isso influi também na questão da segurança pública”, disse.
Outra reivindicação é referente ao aterramento de cabos de telefonia e iluminação. “Eles dificultam a apreciação da arquitetura”.
Fonte: Tribuna