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Moradores de Linhares se reinventam para driblar a crise do coronavírus

Ainda que as previsões sejam poucos otimistas em tempos de crise, como o atual, diversos capixabas estão conseguindo se reinventar para driblar as adversidades ou superá-las de alguma maneira. Em Linhares, há exemplos de pessoas que estão inovando na forma de conduzir os seus negócios e até iniciando um novo projeto.
Um exemplo é o da Leninha Mendonça, que há duas semanas vem  transformando um talento culinário em negócio. Antes da crise, ela produzia doces e bolos para consumir no ambiente familiar, mas após incentivos e pedidos de apreciadores, ela passou a comercializar os produtos. E a demanda chega a 40 bolos por semana.
“A procura pelos bolos aumentou bastante, a notícia vem se espalhando e, graças a Deus, o retorno dos clientes demonstra que eles estão gostando do que estou fazendo. E o que mais me surpreendeu com esta venda foi a ajuda emocional, pois ocupo meu tempo fazendo algo que sempre amei, bolos e doces”, conta.
Embora nunca tenha pensado em iniciar este trabalho, Leninha diz que deseja levá-lo adiante. “É algo que gosto muito de fazer. Sendo assim, mesmo quando a crise passar, havendo demanda, continuarei fazendo bolos e doces”, garante.
Transformação também é palavra de ordem entre aqueles que já ousavam empreender antes da crise. Desde 2015, Priscila Garcia trabalha com a produção e entrega de marmitas individuais, com a proposta de oferecer refeições mais saudáveis. “Mas quando veio essa pandemia, tudo virou de ‘cabeça para o ar’, pois eu contava com vários clientes e esse pessoal passou a ficar em casa. Minhas entregas caíram muito”, conta.
A saída, segundo a empreendedora, foi interromper temporariamente a entrega de marmitas e investir no fornecimento de alimentos congelados. Ela já comercializava este tipo de produto, mas ampliou o tamanho das porções para atender famílias. Investiu também na produção de bolos e salgados funcionais, atendendo assim as demandas de quem gosta de consumir estes produtos em casa.
Já a doceira Juliana Pandolfi precisou não apenas se reinventar, como também mudar de endereço. Por conta da crise, ela fechou as portas de sua loja no Centro para os clientes e passou a investir no serviço de entregas, com o apoio do marido. Os resultados foram positivos, especialmente na Páscoa. Contudo, por questões de logística e economia, ficou mais vantajoso produzir os doces e comercializá-los em uma padaria de propriedade da família, localizada em um bairro da cidade. E o retorno tem sido satisfatório, inclusive pelo fato de os clientes apreciarem o estacionamento disponível no local – uma facilidade nem sempre disponível no Centro.
“Em tempos de crise, pensar rápido se faz necessário. Para mim, foi uma decisão difícil sair da minha loja, pois era o meu sonho. Mas no momento em que estamos vivendo não podemos nos apegar a essas questões. Temos que usar a razão e deixar o coração um pouco de lado. Optei por não acumular despesas ou ter dívidas”, comenta.
Fonte: Correio do Estado
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